O Acordo Perfeito(Completo) romance Capítulo 37

Quando você acha que nada mais da vida pode surpreender você, eis que surge em carne e osso o seu irmão. Não que eu não gostasse do meu irmão, mas certamente daria uns tapas nele se fosse mãe dele por nunca ter se dado ao trabalho de arrumar um emprego e ajudar em casa.

E lá estava ele: Subindo em direção ao apartamento de Ham.

Eu já conseguia imaginar o que ele estava fazendo ali. Aquilo tinha muita cara de ser uma obra maquiavélica da minha mãe para conseguir o dinheiro que precisava. Afinal, meu irmão não teria coragem de pedir na cara de pau para Ham, mas certamente a todo o momento ficaria me lembrando que eu precisava fazer o pedido, resolver essa situação rápido. O mais irônico era que eu já tinha resolvido quase que por certo esse assunto todo. Hamzaf só ia ver com o contador dele e então resolveria o problema e depositaria para meus pais.

Aguardei enquanto bufava só de pensar em ter que tolerar Nícolas. Ele nem devia estar ali, minha mente acusou. Novamente, ele ficaria ali quase como se fosse uma mobília da casa, porque, sinceramente, ele não fazia nada além de duas coisas: Ficar o dia inteiro sem fazer nada de produtivo dentro de uma casa ou sair para beber a noite toda. Não havia mais nada que ele sabia fazer e o que me enfezava era que por ser o mais novo, ter toda uma palhaçada de gravidez difícil e outras coisas do tipo, minha mãe apoiava que meu irmão continuasse o preguiçoso de sempre em vez de levantar a bunda para ir trabalhar. Ela conseguia estragar ainda mais o meu irmão deixando que ele continuasse como um idiota imprestável.

― Ele é o babaca que fazia você fazer horas extras porque não trabalhava, não é mesmo? ― Eu não me lembrava de verdade quando tinha falado isso para Ham, então me assustei que ele soubesse. Vendo a minha cara de espanto, Hamzaf abriu o jogo:

― O dia que você não queria acordar do meu sofá, você me acusou de ser seu irmão que roubava o seu dinheiro e a fazia fazer mais horas extras para conseguir. ― Mudei a direção dos meus olhos para longe do rosto de Hamzaf sentindo todo o meu corpo avermelhar-se de vergonha por ele já saber algo tão específico da minha família.

Não continuamos falando. Rapidamente, a porta foi aberta e meu irmão apareceu acompanhado de um Rashid materializado que parecia saber que a chegada do meu irmão envolvia alguma espécie de treta que ele precisava ver como telespectador.

― E aí, Pã? ― Perguntou o meu irmão abrindo um largo sorriso. Então ele voltou sua atenção para Hamzaf e tentou falar num inglês bem fajuto e mal falado: ― Olá, amigo. ― Duvidava que não fosse uma das poucas frases que Nícolas sabia falar em inglês. Ele nunca se esforçou para aprender nada. Nem na escola, nem no curso de inglês que papai nos colocara quando ainda éramos pequenos e ele não tinha nem um problema de saúde e, portanto, tinha emprego.

― Esse é seu irmão, Pam? ― Perguntou Rashid e soltou uma risada debochada. Revirei os olhos.

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