O Príncipe do Oriente romance Capítulo 11

Resumo de Capítulo 11 - Karen: O Príncipe do Oriente

Resumo do capítulo Capítulo 11 - Karen de O Príncipe do Oriente

Neste capítulo de destaque do romance Romance O Príncipe do Oriente, Diana apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Me sinto como se tivesse caído num abismo sem fim.

Meus olhos ardem, minha boca está seca de cede e meu corpo parece ter sido esmagado por um trator. Tento me espreguiçar e parece que estou quebrando todos os meus ossos com o barulho.

Quando finalmente a claridade não me cega mais e eu consigo abrir os olhos, volto minha atenção para onde estou.

Parece que estou em uma casa e demora a cair a ficha que estamos na mesma ilha de antes. As imagens de antes, quando eu estava delirando, aparecem na minha mente, sem uma ordem definitiva. Toco a minha cabeça e percebo que não estou sonhando.

Realmente estou sem hijab, realmente meu cabelo está visível.

Olho para todas as direções até encontrar Karim sentado e encostado numa parede. Parece sereno e num sono pesado encostado na parede. Parecia até que velava por mim, o que acho que sim, pois me lembro dele falando algo como eu estar muito quente.

Meu coração bate sôfrego no peito porque a realidade é tão dura e fria que não quero que Karim acorde da serenidade que tem.

Não quero que ele enfrente a perda do irmão dele e entristeça. Ainda que seja inevitável.

Karim se remexe incomodado e seus olhos se abrem lentamente encontrando com os meus. Ele parece ainda um pouco perdido tentando resgatar as imagens de antes e quando tudo parece fazer sentido, ele se levanta num pulo.

Faço o mesmo pronta para o seguir. Ele não diz uma palavra, mas eu sei para onde estamos indo.

Precisamos ver se a areia da praia recebeu alguma coisa que possa nos ajudar nesses dias que ficaremos aqui na ilha. Até que chegue o resgate.

Que ironia do destino. Ter vivenciado com Karim a cena da morte do irmão dele, somente porque estava com o joelho machucado e porque Aisha achou que eu serviria de distração para Karim enquanto ela matava o irmão dele.

Nos aproximamos da praia. Havia alguns pedaços de madeira e um caixa. Karim começou a correr e eu corri atrás dele parando congelada um pouco atrás ao descobrir o motivo da corrida.

O mar havia provavelmente se apiedado de Karim, ou quem sabe Omar tentara nadar até a ilha sem sucesso. O que fosse, o corpo de Omar havia conseguido chegar até a ilha.

Infelizmente, a imagem era forte, pois seus olhos pareciam ter sido comido por peixes e seu corpo parecia levemente pálido jogado displicentemente na areia.

Karim tratou de fechar os olhos do irmão e tudo o que parecia estar segurando, saiu num rompante só. Ele passou a gritar, urrar e socar a areia como se assim a dor que o esmagava por dentro pudesse sair. Meus olhos encheram-se de lágrimas.

― Você não podia morrer… Não podia… ― Karim fungava dessa vez chorando sob o peito do irmão morto. ― Eu nunca vou saber reinar como você… Eu… ― E a dor era tão palpável e pungente que me deixei jogar ao seu lado ouvindo o seu lamento.

Karim aparece com um pouco de lenha para o fogão – pouco porque a maioria ainda estava molhada da chuva – e volta a praia para procurar alguma coisa. A casa quarto só tem uma panela e um bowl. Vamos ter que comer no bowl juntos e é isso ai.

Quando finalmente o almoço está pronto, sorrio. Pelo menos a nossa primeira refeição estará tragável. Ainda que não menos lastimável e triste.

Karim e eu comemos em silêncio. Não há palavras que farão a dor dele diminuir e não há muito o que eu queira falar. Até porque Karim toda vez que me olha agora sem o hijab se demora na cor do meu cabelo e já estou encabulada demais para me lembrar desses detalhes. Espero que Deus me perdoe desse pecado, porque no momento só estou preocupada em viver.

― Sabe… Eu nunca fui com a cara dela… ― Começa Karim e ri um pouco. ― Mas não ao ponto de imaginar que ela… ― Ele para de falar reflexivo.

― Sim. ― Digo. Penso o mesmo. Nunca imaginaria que ela não gostasse de Omar. Eles pareciam um casal tão perfeito. Mas talvez algumas pessoas soubessem interpretar muito bem certos papéis.

― Vagabunda… ― Ele murmura.

― Nós podemos o enterrar, sabe? Aqui na ilha… ― Tento. ― Algumas palavras para que Deus o abençoe. ― Karim concorda meneando a cabeça.

― Vamos fazer isso hoje à tarde. ― Ele diz como se estivesse dando uma sentença.

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