O Príncipe do Oriente romance Capítulo 14

Resumo de Capítulo 14 - Karen: O Príncipe do Oriente

Resumo de Capítulo 14 - Karen – Uma virada em O Príncipe do Oriente de Diana

Capítulo 14 - Karen mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O Príncipe do Oriente, escrito por Diana. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Enquanto cozinho o peixe, Karim afia uma faca com uma pedra que encontrou vai saber onde. Num primeiro momento permanecemos em silêncio, mas acabo aceitando a conversa que Karim se dispõe, mesmo as perguntas mais evasivas dele.

― Você sempre conheceu Seth ou Agnes? ― Neguei com a cabeça. As lembranças até que eram boas. E o assunto não tão ruim assim.

― Nunca tive muito contato com o Senhor Seth, embora já trabalhasse há seis anos na mansão. Minha aproximação foi primeiro com a Agnes. O Senhor Seth era meio mimado antes de conhecer a Agnes. ― Arregalei os olhos ao tomar nota do que eu tinha deixado escapar da minha boca. Tapei a boca ao ver para quem eu dizia isso. Como eu podia ser tão idiota? Karim era um dos melhores amigos do Seth. Ainda que Seth tivesse abandonado o caminho incorreto que Karim continuava trilhando. Karim gargalhou.

― Fica entre nós. Meu amigo não vai ficar sabendo o que você achava dele no passado. ― Ele piscou risonho e eu concordei dando de ombros e aceitando também rindo.

― Mas a Agnes sempre foi uma pessoa incrível desde que a conheci. Ela sempre foi muito gentil quando criticava e nos ajudava sempre que precisávamos. Várias vezes ela trabalhava mais da conta só para que ficasse mais simples para nós com a administração dela da mansão. Vários dias vi ela varando noites de trabalho. Ah... E também a gente se divertia porque ela não aceitava muito bem não a forma mimada do Senhor Seth a tratava e insistia que a chefe dela era a Senhora Zilena e que não estava sendo paga para fazer as vontades do Senhor Seth. A gente ficava só assistindo de camarote as brigas dos dois. E as vezes rindo. ― Sorri. Como a vez que o professor de árabe e inglês quase teve um troço do coração com os dois se xingando na sala. A gente se segurou para não ficar rindo na frente deles, pensei.

― Então o relacionamento deles não começou nas mil maravilhas… ― Apontou Karim.

― Acho que foi por isso que deu certo. Porque isso permitiu que Seth se desse a oportunidade de mudar e que Agnes também mudasse aceitando que havia coisas na vida dela que ela precisava mudar, sabe? ― Karim concordou meneando a cabeça. A conversa estava ficando muito no teor dos meus chefes. Decidi aproveitar a deixa para mudar de assunto: ― E você?

― Eu o que?

― Sei lá, fala alguma coisa de você. ― Disse rindo.

― Ah, mas daí você vai ter que me contar alguma coisa sobre você também. ― Revirei os olhos.

― Depende então. A gente pode não querer responder, feito?

― Feito.

Ficamos alguns segundos em silêncio quando Karim decidiu ele começar pela primeira pergunta.

― A cor do seu cabelo… De onde você é? ― Senti minhas bochechas corarem imediatamente. Tinha me esquecido que estava sem o lenço.

― Puxei meu cabelo do homem que devia ter sido meu pai, na Rússia. Mas não vivi muito tempo lá. Por isso não tenho tanto sotaque ao falar árabe. ― Contei.

Karim passou a me contar a trama que envolvia a família real. Coisas que não saíam na mídia, mas que aconteciam a escusa e tornavam a vida deles obscura. O pai dele nunca mais foi o mesmo depois dessa. Ele, por sua vez, não perdoava o tio por não ter dado a ele a oportunidade de ao menos sentir o toque doce da sua mãe.

Não havia memórias, nada. Fotos não despertavam sentimentos em Karim. Doía o que não teve, mas não como uma saudade do que já houve, porque ele nunca tivera sua mãe para ter saudades do que já tinha acontecido. Eu só conseguia imaginar a dor dele.

― E seu pai? Abandonou sua mãe? ― Assenti.

― Conta mamãe que nunca avisou. Não disse que alguma coisa dela o incomodava, se não ela mudaria. Mas ela acha que ele foi morar, viver com outra. De um dia para o outro, ele desapareceu. Nem fez questão de acabar com o contrato de casamento. Só foi embora nos abandonando. Deixando minha mãe na pior. Ela teve que vender tudo e sair da casa alugada para a gente viver. Sem lugar para viver, sem meus avós com quem contar, já mortos e apenas com a Senhora Zilena de amiga que ela pediu hospitalidade e qualquer coisa para fazer para poder ter um lugar para morar. ― A história era longa, mas resumindo bem, a gratidão que tínhamos por Zilena era de outro mundo. Karim pareceu perceber isso, concordando com a cabeça.

― Ela sempre foi especial. ― Concordei. A mãe de Seth era um anjo.

― Olha pelo lado bom, podemos dizer que temos pessoas que odiamos. ― Dei de ombros. Achava a palavra odiar uma palavra muito forte, mas podia pensar assim como Karim. Talvez eu odiasse o homem que deveria ter sido meu pai.

A comida ficou pronta no segundo seguinte e nos servimos para comer. Seriam dias longos, mas eu viveria um dia de cada vez, um momento de cada vez, aproveitando da companhia que, ao menos agora que não ousava me atacar, até que eu poderia dizer ser até que agradável.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O Príncipe do Oriente