O Príncipe do Oriente romance Capítulo 22

Resumo de Capítulo 22 - Karim: O Príncipe do Oriente

Resumo de Capítulo 22 - Karim – Uma virada em O Príncipe do Oriente de Diana

Capítulo 22 - Karim mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O Príncipe do Oriente, escrito por Diana. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Dois dias no alto-mar e a sensação de que morreriam em breve estava muito próxima deles. O agouro da morte parecia rondar os lábios rachados, a insolação excessiva, os enjoos matinais. As lutas constantes a noite toda com o mar revolto, o momento que a balsa quase se quebrou e eles quase partiram para o fim da vida. Os desastres eram tantos que eles já oravam a Deus se preparando para a morte certa.

― Acho que vamos morrer, afinal. ― Diz Karim apoiado na balsa quase partida. Karen tem vontade de chorar, mas não parece ter lágrimas o suficiente para isso.

― Seja o que Alá quiser. ― Se limitou a falar.

Não conseguiam dormir direito, o medo da morte assombrava os olhos úmidos dos dois sobreviventes em pleno mar.

Além disso, a fraqueza era tanta, que depois de um tempo, deixaram de remar para deixar que o mar os levasse para onde ele próprio quisesse seguir. Estavam cansados, estavam muito cansados, estavam quase mortos. E de certa maneira, aceitariam morrer depois de tanto lutar por viver.

Precisou de dois dias para que um barco de pesca por acaso os encontrasse. Uma sorte que eles já não contavam mais, uma necessidade para quem quase morrera. Karim e Karen se apoiaram um no outro para se sentarem na balsa, os olhos salpicados de luzes escuras e sombras de morte. Parecia uma miragem. Poderia ser uma esperança, uma luz no fim do túnel? Tentaram gritar por socorro, mas as vozes pareciam rachadas dentro da garganta, incapazes de falar direito por conta da sede.

Depois de um pouco de água que os trouxe a voz novamente e com o retorno do barco de pesca até um porto em Omã, Karen sabia que o destino voltara a ser traçado. Mesmo com a mente fraca por conta dos dias terríveis, os pensamentos continuavam acusando a realidade cruel.

Karim voltaria para sua vida de príncipe, seria logo coroado Rei, mas antes precisaria casar com alguém da estirpe dele. Alguém que fosse rico e influente politicamente, ou que, pelo menos, tivesse uma família nesse nível. Coisa que Karen nunca poderia ser para Karim. Sua pobreza era evidente e sua realidade menosprezável. Suspirou. Quando ela entregara o seu corpo e seu coração para Karim ela já sabia de tudo isso.

Ainda assim, quase morrera, de fato. E não se arrependia de ter se entregue mesmo assim. Sabia que mesmo que vivesse, a sua vida também nunca mais seria a mesma.

A começar por não ser mais uma menina, agora era uma mulher. E ninguém gostaria de ter uma mulher não mais moça como esposa. Isso era tarefa dada ao marido e não a um qualquer. Mas Karen não se arrependia disso. Não. Ela tinha noção de que não mais se casaria, não teria essa chance. Mas ao menos poderia cuidar melhor da mansão para Agnes, poderia fazer seus vestidos em seus momentos livres no ateliê. Ainda poderia fazer muita coisa que gostava.

— Karim. — Disse voltando a atenção para o mocetão que agora a encarava esperando que ela continuasse. Sua voz saia como um sussurro, arranhando as cordas vocais fracas. — Eu já sabia do meu destino quando me entreguei a ti na ilha. E sei que para a sua estirpe social, casamentos são acordos políticos, os quais você precisa para se manter no poder. Por isso, Karim… — Ele tentou falar antes que Karen continuasse, mas ela emendou rapidamente: — Eu te desonero de qualquer compromisso que você ache que precisa ter comigo, mesmo diante de Alá. E peço apenas que você não fale mais comigo, para que tudo isso fique apenas nas nossas memórias e seja facilmente esquecido dos convívios sociais. Para que ninguém fique sabendo e te obrigue a esse compromisso. Só peço para que você não se aproxime mais de mim para que possamos viver bem com isso…

— Karen… — Tentou Karim desesperado, mas a jovem simplesmente o ignorou voltando a atenção para um dos pescadores e pedindo:

Os médicos rapidamente os colocam em ambulâncias e eles são levados rapidamente para hospitais de forma a receber o tratamento adequado. Estão muito fracos e os exames logo indicam que também estão com falta em diversas vitaminas e subnutridos por conta do período que passaram na ilha.

Ninguém parece perceber que houvera uma amizade profunda surgida naquela tragédia entre Karim e Karen. Talvez pelo fato deles não se falarem um segundo sequer. De qualquer forma, atribuem a isso o trauma de tanto tempo longe, o trauma de enfrentar o mar, o medo de que pudessem morrer nessa empreitada maluca na qual se submeteram.

O cuidado é ainda maior em cima do futuro Rei. As pessoas sabem que ele provavelmente será melhor do que o cara de fuinha do tio. Os murmurinhos de que ele não procurara o sobrinho direito já começam. Falam que ele queria o poder e agora não o terá. Falam que Aisha morreu junto de Omar, que parte do seu corpo foi encontrado, embora o de Omar não, Falam do susto de achar que Karim realmente tivesse morrido. Falam muito e Karen não aguenta ouvir tanto. Estava acostumada a uma ilha deserta, com apenas Karim para conversar. Lidar com muitas pessoas falando no seu ouvido, fazendo fofocas e, pior, perguntando-lhe muitas coisas, parece ser muito para o seu corpo aguentar.

No entanto, antes que começasse a reclamar do barulho ensurdecedor, das conversas paralelas sobre a necessidade de salvar o tão perfeito príncipe e do ódio pelo realmente idiota Tio Aziz, Karen se assustou ao ouvir Karim gritar:

— Calem a boca! Eu só quero silêncio! Será que um paciente não pode ter silêncio? — E diante das palavras questionadoras do mocetão, eis que o silêncio se fez presente e Karen suspirou agradecendo, novamente, em pensamento, por Karim fazer algo a mais por ela.

Mesmo que sem ele ter plena noção disso.

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