Leonardo
O ar da nossa casa parecia diferente, mais leve, mais vibrante. Cada passo que dava ao lado de Amber era impulsionado por uma alegria que parecia crescer no meu peito, quase sufocante de tão intensa. Assim que atravessamos o corredor em direção à sala de jantar, pude ouvir as risadas das crianças, cristalinas e cheias de vida, misturadas às vozes animadas dos meus pais e aos comentários alegres de Nonna.
Quando paramos na entrada, a cena diante de nós era como um retrato perfeito. Meu pai estava ajudando Louis a pegar um pedaço de comida com o garfo, enquanto minha mãe pacientemente limpava o rostinho de Bella com um guardanapo. Nonna fazia caretas exageradas, arrancando gargalhadas dos dois pequenos, que pareciam esquecer de comer enquanto se divertiam.
Senti o peso do momento em meu peito, como se o universo estivesse me dando um presente que nunca soube que precisava. Enchi os pulmões e chamei: "Famiglia."
Minha voz saiu mais emocionada do que planejei, e todos na sala se viraram para mim e Amber. Louis, com seus olhinhos brilhando de curiosidade e esperança, foi o primeiro a falar.
"Conseguiu, tio Leo?" ele perguntou, quase caindo da cadeira na ânsia de chegar até mim. "Conseguiu vira nosso papai?"
Por um momento, o tempo pareceu parar. Todos na sala prenderam a respiração, os olhos fixos em mim. Senti Amber apertar minha mão levemente, e a emoção em seu toque me deu forças para falar.
"Sim, piccolo," respondi, minha voz carregada de emoção. "Agora vocês são oficialmente meus filhos."
Os gêmeos não esperaram mais nada. Desceram das cadeiras com a pressa de quem tem algo muito importante a fazer e correram em minha direção. Me abaixei, ignorando a pontada de dor no ombro, e os envolvi nos braços. Eles se apertaram contra mim com toda a força que suas pequenas mãos podiam reunir, e naquele momento, o mundo inteiro desapareceu. Não havia mais nada além das risadas e do calor deles em meu peito.
Ouvi Amber soluçar, e ao erguer os olhos, vi meus pais a abraçando enquanto Nonna nos observava com aquele olhar sábio e amoroso que só ela tinha. Mas minha atenção voltou para os dois pequenos milagres nos meus braços.
"Agora," comecei, olhando nos olhos de Louis e Bella, "não quero mais ser chamado de tio Leo. Sou papai, porque é isso que sou - o pai de vocês."
As crianças gritaram de empolgação, pulando no lugar enquanto Amber e eu nos olhávamos, compartilhando um sorriso cúmplice. Meu pai bateu nas minhas costas, parabenizando-me com um brilho de orgulho nos olhos, e minha mãe parecia não conseguir conter as lágrimas.
Olhei ao redor da sala e senti uma onda de gratidão. Ali estavam todas as pessoas mais importantes da minha vida, unidas por algo maior do que qualquer um de nós poderia imaginar. O amor que emanava daquele momento era tão poderoso que parecia transformar o ar à nossa volta.
Abracei meus filhos novamente, meu peito transbordando de felicidade. "Vamos nos preparar, então," disse, rindo. "Hoje é o começo de tudo. Um novo começo para todos nós."
Amber colocou a mão em meu braço, seu toque suave e cheio de ternura. "Sim," ela disse baixinho, sorrindo. "O começo da nossa família."
Enquanto me preparava para acompanhar as crianças e Nonna em sua empolgação, uma certeza me atingiu. Este momento, esta conexão, este amor... tudo isso me transformou para sempre. E eu estava pronto para enfrentar qualquer coisa, porque agora tinha tudo o que realmente importava: minha família.

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