Magnus
Estava finalizando a conversa com a equipe de segurança, repassando os novos protocolos que Leonardo exigira, quando meu celular vibrou no bolso. O nome da Dra. Gabriela surgiu na tela. Pensei que fosse sobre Amber, mas o som de choro do outro lado da linha me alertou imediatamente.
"Dra. Gabriela?" minha voz saiu firme, mas a preocupação cresceu.
"Magnus..." ela conseguiu murmurar entre soluços. "Eu... não sei o que fazer..."
"Fazer? O que aconteceu?" mas seu choro se intensificou, tão doloroso e sofrido, que achei que ela tinha sofrido um acidente.
"Onde você está?" perguntei, já me movendo em direção ao carro. A adrenalina correu por minhas veias, o tom desesperado dela indicando que algo estava muito errado.
"No consultório," ela respondeu, o tom quebrado.
"Não saia daí. Estou a caminho."
Acelerei pelas ruas escuras, minha mente processando as possibilidades. Peter? Martina? Ou algo pior? Quando cheguei ao prédio, as luzes estavam apagadas, e tudo parecia deserto. Toquei o interfone, olhando diretamente para a câmera de segurança.
"Sou eu," disse, esperando que ela me reconhecesse. Alguns segundos depois, ouvi o clique da porta destrancando.
Subi as escadas em silêncio, minha mão instintivamente pousada na arma no coldre. Preparei-me para o pior, mas quando entrei, a visão que me esperava me desarmou. Gabriela estava encostada na parede, com o rosto inchado de tanto chorar. Seus braços estavam cruzados em um gesto quase infantil, como se tentasse se proteger do mundo.
Ela me viu e, sem pensar duas vezes, correu em minha direção, envolvendo-me em um abraço apertado. "Obrigada por vir," ela sussurrou contra meu peito.
Fiquei paralisado, despreparado para a súbita demonstração de vulnerabilidade. Dei dois tapinhas em seu ombro, tentando oferecer algum conforto, mas me sentindo desconfortavelmente fora da minha zona de conforto.
Gabriela se afastou, secando rapidamente as lágrimas com a manga da blusa. "Desculpe," disse, sua voz cheia de constrangimento. "Eu... estava com tanto medo que não pensei direito."
"Está tudo bem," assegurei, minha voz mais suave do que esperava. "O que aconteceu?"
Ela respirou fundo, tentando conter o tremor em sua voz. "Dois homens vieram até aqui. Disseram que o chefe deles tinha uma proposta... mas era mais como uma ameaça. Queriam que eu parasse o tratamento da senhorita Bayer." Ela fez uma pausa, sua voz falhando. "Quando me recusei... eles quebraram tudo. Disseram que aquilo era só um aviso. Se eu não colaborasse, acabariam com minha carreira."
Minha mandíbula apertou. Peter. Aquilo tinha a assinatura dele. Covarde, manipulador, jogando sujo para atingir seus objetivos. Fechei os punhos, minha raiva fervendo.
"Vou conversar com o Sr. Martinucci para garantir sua segurança," disse, mantendo minha voz controlada, mas firme. "Entenderemos se quiser se afastar do caso, mas não se preocupe. Isso não vai acontecer novamente."
"Não," ela respondeu de forma inesperada, sua voz ganhando força. "Eles estão assustados. Alguma coisa nas memórias de Amber os apavora. Não posso abandoná-la agora." Ela olhou para mim com olhos marejados. "Me desculpe por incomodá-lo... eu não sabia mais para quem ligar."



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