Amber
"Você não tem o direito de fazer isso!" Minha voz cortou o ar do escritório, mais alta e firme do que eu esperava. Encarei Leonardo, minha raiva queimando sob a pele. Ele estava atrás de sua mesa, os olhos faiscando, tão intensos que poderiam perfurar o mais duro aço.
"Tenho todo o direito de questionar seus métodos, Amber!" ele retrucou, sua voz carregada de autoridade. "Você está se expondo demais, indo longe demais com essas investigações."
"Longe demais?" As palavras saíram como um desafio. "Estou fazendo meu trabalho. Alguém está tentando invadir o sistema, e você quer que eu finja que nada está acontecendo?"
"Quero que você siga os malditos protocolos!" Ele bateu na mesa com a palma aberta, o som reverberando pelas paredes. Mas eu não me movi. Não iria ceder.
"Os protocolos não são suficientes, Leo," disparei de volta. "Há algo maior acontecendo, algo que você está ignorando. Eu posso sentir!"
"Ah, claro," ele zombou, inclinando-se ligeiramente sobre a mesa. "Você sempre acha que sabe mais do que todo mundo, não é? Sempre tão esperta, tão autossuficiente."
Algo em seu tom me fez hesitar. O ar ao nosso redor parecia mais denso, como se o ambiente estivesse se comprimindo. A luz oscilou, e por um segundo, as sombras nas paredes pareciam se mover. Pisquei, e quando voltei a olhar para ele, meu sangue gelou.
Não era mais Leonardo.
Era Peter. Aquele sorriso cruel se espalhava pelo rosto dele, um contraste grotesco com a raiva que ainda borbulhava em meu peito.
"Achou mesmo que podia fugir de mim, Amber?" Sua voz era um veneno suave, se infiltrando em cada canto do meu ser.
Meu instinto tomou conta. Corri.
Os corredores do escritório se transformaram em um labirinto surreal, retorcido e interminável. As portas que eu passava exibiam cenas de minha vida – momentos com os gêmeos, brigas com Peter, os sorrisos furtivos de Leonardo. Mas nada fazia sentido. Tudo estava distorcido, como se minha mente estivesse se desintegrando.
"Leo!" gritei, minha voz ecoando de maneira fantasmagórica. "Louis! Bella!" O desespero se enraizou em meu peito.
"Eles não podem te ouvir," a voz de Peter sibilou, agora vinda de todos os lados. "Ninguém pode."

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