Leonardo
A raiva queimava dentro de mim como fogo vivo enquanto observava os danos no carro. Era óbvio que não tinha sido um acidente. Era um movimento calculado: forte o suficiente para assustar, mas não para matar. Uma mensagem clara, e eu odiava ser jogado como uma peça no jogo de outra pessoa.
"Tirem a senhorita Amber daqui. Agora." Minha voz saiu mais dura, mas a urgência pulsava em cada palavra.
"Não," ela respondeu, sem hesitar, o tom desafiador. "Quero ficar com você."
"É perigoso, Amber," insisti, virando-me para ela, tentando controlar minha frustração. "Você precisa voltar para casa."
"Não!" Ela deu um passo à frente, a determinação brilhando em seus olhos. "Eu preciso ir ao apartamento. Se isso foi uma ameaça, como fizeram com a Dra. Gabriela, não posso fugir. Preciso enfrentar isso. Se eu encontrar o pen drive, quem sabe tenhamos mais respostas."
Ela estava certa, mas isso não diminuía minha preocupação. Mordi o lábio com força, tentando conter o redemoinho de emoções. Talvez, aquele pen drive fosse a peça que faltava nesse quebra-cabeça. Mas isso significava colocá-la em mais perigo.
"M*****a mulher teimosa," murmurei, puxando-a para mim com força. Minhas mãos seguraram seu rosto enquanto eu capturava seus lábios em um beijo profundo e apaixonado, tentando transmitir tudo o que não conseguia colocar em palavras.
"Tenha cuidado," sussurrei contra sua boca. "Eu vou resolver isso aqui e te encontro lá."
Ela assentiu, roubando mais um beijo antes de sussurrar: "Você também. Não faça nada imprudente."
Com relutância, soltei-a, observando enquanto dois dos seguranças a escoltavam até o outro carro. Só quando ela desapareceu de vista consegui me virar para o motorista preso nas ferragens. Ele gemia de dor, mas algo em sua postura nervosa dizia que aquilo não era um acidente comum.
Me aproximei com calma, mas cada músculo em meu corpo estava em alerta. "A polícia e a ambulância já estão a caminho," informei, mantendo minha voz controlada, mas fria.
Ao ouvir "polícia", ele tentou disfarçar sua reação, mas eu percebi o movimento quase imperceptível de seus olhos arregalados. "Eu... eu perdi o controle," gaguejou, a dor evidente em sua voz. "Foi um acidente."
"Claro," respondi suavemente, com um leve sorriso. "A polícia vai esclarecer tudo."
Ele tentou se mover novamente, mas o grito de dor que escapou de seus lábios interrompeu seu esforço. Inclinei-me levemente para ele. "Pare de se mexer. Só vai piorar seus ferimentos."
Ele olhou para mim, com suor escorrendo por seu rosto. "Sua... sua mulher está bem?" perguntou, hesitante.
Aquela pergunta me pegou de surpresa, mas rapidamente voltei ao controle. Estreitei os olhos, cruzando os braços. "Minha noiva está perfeitamente bem," respondi, deixando minha voz gelar cada palavra. "Meu carro é bastante reforçado. Você é o único ferido aqui."
Ele percebeu naquele instante que eu sabia. Que estava longe de acreditar em sua história. Seus olhos buscaram os meus, tentando encontrar alguma brecha que não existia.


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