Os Gêmeos inesperados do CEO romance Capítulo 154

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Leonardo

O quarto estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração de Amber. O sono finalmente a alcançara depois de um dia cheio, mas eu não conseguia relaxar. Sua descrição do sonho continuava ecoando na minha mente, trazendo de volta memórias que eu gostaria de apagar.

A cena que ela descreveu... os seguranças, a porta fechada... aquilo havia realmente acontecido. O peso da culpa, misturado ao medo de que ela se lembrasse de tudo, tornava impossível afastar o turbilhão de pensamentos.

Levantei-me da cama, tentando não acordá-la, e fui até o sofá perto da janela. A luz fraca da cidade atravessava as cortinas, iluminando o quarto com um brilho prateado. Passei as mãos pelo rosto, tentando encontrar algum conforto, mas a lembrança daquela tarde voltou com força total.

Eu nunca tinha planejado feri-la daquele jeito. Quando Amber entrou no meu escritório naquela tarde, com os olhos faiscando de raiva, eu sabia que algo estava errado. Ainda assim, minha reação foi fria e calculada. A negociação que estava conduzindo era crucial para a expansão da MGroup, e o momento parecia inadequado para lidar com questões pessoais. Mas ela não quis esperar, e a maneira como tudo escalou... não deveria ter sido daquele jeito.

Ver os seguranças tirando-a da sala foi como um soco no estômago. Mas o que eu poderia fazer? Naquele momento, minha mente estava tomada por uma mistura de orgulho ferido e necessidade de controle. E, em minha arrogância, eu a deixei ir. Quando percebi o erro, era tarde demais.

O acidente que aconteceu logo depois foi o golpe final. A ambulância, os fragmentos de vidro espalhados pelo chão, o desespero... mesmo sem saber que era ela, tudo isso ficou gravado em minha memória como se, de alguma forma, eu soubesse quem estava envolvida naquele acidente. Eu sabia que ela havia bloqueado tudo isso de sua memória, e parte de mim desejava que nunca se lembrasse.

Mas agora, os sonhos estavam começando a trazer isso à tona.

"Leo?" A voz de Amber me tirou dos meus pensamentos. Olhei para trás e a vi sentada na cama, os cabelos bagunçados e os olhos ainda cheios de sono. "O que foi? Por que você não está dormindo?"

Forcei um sorriso, tentando esconder a tensão. "Só não consigo relaxar. Muitas coisas na cabeça."

Ela estendeu a mão para mim, e eu caminhei de volta até a cama, sentando-me ao seu lado. Amber tocou meu rosto com delicadeza, seu olhar cheio de preocupação. "É sobre o que eu disse antes, não é? Sobre o sonho?"

Hesitei por um momento antes de responder, a intensidade de seus olhos quase me desmontando. "É só que... me fez pensar em algumas coisas. Momentos que talvez a gente tenha enterrado."

Amber inclinou a cabeça, analisando minhas palavras com uma calma que me desconcertava. "Momentos nossos?" ela perguntou, sua voz quase um sussurro.