Amber
Entrei em casa com passos rápidos e firmes, mas a tensão no meu corpo era impossível de ignorar. Cada detalhe do que havia acontecido na MGroup continuava rodando na minha mente. O ar no ambiente parecia carregado, como se até as paredes pudessem perceber minha inquietação.
Subi as escadas direto para o quarto, evitando qualquer encontro no caminho. Não estava pronta para enfrentar as crianças ou mesmo Leonardo antes de processar o turbilhão de pensamentos que tomava conta de mim. Fechei a porta do quarto, encostando nela por um momento enquanto respirava fundo.
O quarto parecia o único lugar seguro, mas ao mesmo tempo, era ali que sabia que enfrentaria algumas verdades. Meus olhos recaíram sobre o meu computador, e algo dentro de mim despertou. Sem pensar duas vezes, joguei a bolsa sobre a cama e fui direto até ele. Liguei a máquina, minha mente trabalhando rápido. Precisava confirmar o que tinha visto, precisava entender o que estava acontecendo.
Meus dedos tremiam enquanto o computador inicializava, e antes que pudesse começar a digitar, ouvi o som da porta se abrindo suavemente. Leonardo entrou, o peso de sua presença preenchendo o espaço. Ele caminhou até mim, pousando as mãos gentilmente nos meus ombros.
"Você demorou," disse, a preocupação evidente em sua voz. Ele pressionou um beijo leve no topo da minha cabeça, mas eu mal consegui responder.
"Sim," murmurei, sem me virar para ele, minha atenção ainda na tela. "Sente-se aqui ao meu lado."
Leonardo puxou uma poltrona, aproximando-se de mim com olhos curiosos e atentos. Quando viu meus dedos frenéticos no teclado, sua expressão ficou séria. "Acabei de chegar da empresa," falei, quebrando o silêncio enquanto acessava a pasta bloqueada no sistema.
"O quê?" Ele franziu o cenho. "O que você foi fazer lá? Não era para—"
"Digite 'estou grávida'," interrompi, apontando para a tela.
O choque atravessou seu rosto, seus olhos se arregalando com a surpresa. Ele me encarou como se buscasse alguma explicação. "Você se lembrou?" perguntou, a voz rouca de incredulidade.
"De algumas coisas," admiti, evitando seu olhar direto. "Mas isso não importa agora. Apenas digite."
Ele hesitou por um momento, mas logo obedeceu. Assim que pressionou "Enter", a pasta se abriu. Levantei-me, dando espaço para que ele visse por si mesmo. Sabia que ele não resistiria a analisar o conteúdo.
Leonardo inclinou-se para frente, o olhar fixo na tela. Um sorriso nostálgico cruzou seu rosto enquanto navegava pelas pastas. "Você fez isso como uma surpresa, não foi?" ele disse, mais para si mesmo do que para mim. "Essa senha... era para ser uma surpresa para mim. Mas depois de tudo que aconteceu... o acidente, nossa briga... nós perdemos isso."
"Sim," concordei, andando de um lado para o outro enquanto ele continuava a explorar os arquivos.
Ele abriu pasta por pasta, os dedos ágeis no mouse. "Está tudo aqui," murmurou, quase como um alívio. "Tudo exatamente como eu deixei."
Soltei uma risada curta, amarga, que atraiu sua atenção. Ele virou a cabeça para me encarar, confuso. "O que foi?"
"Olhe de novo," falei, cruzando os braços. "E me diga se realmente está tudo aí."


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