Leonardo
Amber suspirou, soltando as mãos de minha avó e erguendo os olhos para mim.
"Com licença, preciso ver as crianças", disse baixinho.
De imediato, dei um passo à frente. "Eu também vou..."
Mas antes que pudesse continuar, senti o golpe firme da bengala de Nonna Rosa acertando minhas canelas, me fazendo travar no lugar.
"No, ragazzo", (Não, garoto) ela disse, sem hesitação.
Minha mandíbula se contraiu. "Nonna, eu..."
Ela bateu a bengala com mais força, me obrigando a dar um passo para trás.
"Temos assuntos a resolver antes."
Soltei um suspiro irritado e observei Amber aproveitar a distração para subir as escadas sem olhar para trás.
Ótimo. Mais um momento em que eu queria estar com ela e ela me evitava.
Respirei fundo e segui Nonna até o escritório, onde ela fechou a porta atrás de nós com firmeza. Antes mesmo que eu pudesse processar a conversa que estava por vir, outra pancada da bengala acertou minha perna.
"Porra, Nonna!" reclamei, me afastando.
"Como você deixou isso acontecer?" ela disparou, os olhos faiscando.
Minha paciência estava por um fio. "Você acha que eu deixei? Acha que eu queria isso? Eu nem sei quem vazou essa informação, Nonna! A única pessoa que sabia, além de nós e do médico, era a enfermeira da empresa que atendeu Amber quando ela passou mal à tarde."
Ela estreitou os olhos, apoiando as mãos no cabo da bengala. "E como você quer que sua noiva tenha uma gravidez tranquila se tudo está desabando na cabeça dela?"
Cerrei os dentes, sentindo meu peito pesar.
"Eu não sei, porra!" Minha voz saiu mais alta do que eu queria, reverberando pelas paredes do escritório. O sangue pulsava em minhas têmporas, e antes que percebesse, meu punho se fechou e desceu com violência contra a mesa. O impacto ressoou pelo cômodo, mas não aliviou a pressão no meu peito. "Eu não sei como manter Amber segura! Não sei como impedir que nossos filhos cresçam no meio desse caos! Não sei como parar essa merda antes que destrua tudo!"
Meu coração estava disparado, minha respiração curta e pesada. Pela primeira vez em anos, eu me sentia derrotado.
Nonna ficou em silêncio por alguns segundos, me observando com um olhar penetrante. Então, lentamente, caminhou até mim. Seu toque suave nos meus ombros fez com que todo o peso que eu estava carregando ficasse ainda mais evidente.
"É só uma fase, bambino mio," ela murmurou contra meu ombro. "Você vai sair mais forte disso. Os Martinucci não desistem fácil."
Fechei os olhos, tentando me controlar. "Eu só queria que fosse mais simples."
Ela afastou-se apenas o suficiente para segurar meu rosto entre suas mãos enrugadas.
"Se fosse simples, qualquer um faria. Mas você não é qualquer um. Você é um Martinucci. E um Martinucci protege o que é dele."
Minha respiração estava descompassada, e eu tentei absorver aquelas palavras. Em silêncio, afundei na cadeira de couro, ainda tentando encontrar uma saída para tudo isso.
"Como vamos resolver isso, então?"

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