Magnus
A mansão estava em silêncio absoluto. A noite havia sido calma, repleta de conversas leves e risos na sala de estar. Eleonora e Tomaso se despediram cedo, levando os gêmeos para o quarto depois de uma noite animada. Amber e Leonardo pareciam tranquilos, aproveitando a rara paz que conquistaram após tantos meses de turbulências. Tudo parecia perfeito.
Eu estava no quarto, deitado ao lado de Gabriela. O som da respiração dela era suave, quase imperceptível, e o calor do seu corpo contra o meu era um conforto que eu não sabia que precisava até tê-la ali. Sua presença tinha o poder de silenciar meus demônios, pelo menos por algumas horas.
Mas, como sempre, a calmaria foi interrompida.
Uma explosão ecoou pela mansão, seguida por um tremor que fez as paredes vibrarem. O impacto foi tão forte que o abajur na mesinha ao lado da cama caiu, quebrando-se no chão. Gabriela acordou sobressaltada, os olhos arregalados e a respiração descompassada.
"O que foi isso?" ela perguntou, sua voz trêmula.
"Fique aqui," ordenei, levantando-me da cama com rapidez. Mas antes que eu pudesse chegar à porta, o som inconfundível de tiros começou. Disparos rápidos, curtos, e próximos. A mansão estava sob ataque.
"Magnus!" Gabriela gritou, já de pé, claramente em pânico.
"Vem Gabi, fique atrás de mim," disse, segurando sua mão tremula. Não havia tempo para discutir. Guiando-a pelo corredor, encontrei um dos seguranças correndo em nossa direção. "Leve-a para o esconderijo no subsolo. Proteja-a com sua vida," ordenei, entregando Gabriela a ele.
"Magnus, por favor, tome cuidado," ela pediu, os olhos cheios de medo, vindo em minha direção, e me beijando rapidamente.
"Eu vou, não se preocupe," prometi, antes de subir as escadas correndo.
O cenário no andar de cima era um caos. Vidros estilhaçados estavam espalhados pelo chão, e os sons de tiros continuavam ecoando lá fora. Corri em direção ao corredor dos quartos da família. Ao virar a esquina, encontrei Leonardo, que estava com Amber e os pais. As babás estavam com Bella e Louis, tentando acalmá-los em meio à confusão.
"Magnus, eles estão atirando nos carros e nas janelas," Leonardo informou, a voz baixa, mas firme. Ele parecia controlar o medo para não alarmar os outros.
"Precisamos descer para o subsolo agora," falei, avaliando rapidamente a situação. "Os invasores ainda não conseguiram entrar, mas não podemos arriscar."
Nonna Rosa estava de pé ao lado de Eleonora, segurando sua muleta com firmeza. Mesmo em meio ao caos, ela mantinha uma postura digna, mas seus olhos revelavam a preocupação que sentia. Bella estava agarrada ao seu vestido, soluçando baixinho, enquanto Louis se escondia atrás de uma das babás, seus olhos arregalados de medo.
"Nonna, precisamos ir para o subsolo," falei, me aproximando dela rapidamente.
"Eu não consigo acompanhar vocês," ela disse, sua voz firme, mas cheia de resignação. "Vão à frente. Eu ficarei bem."
"De jeito nenhum," retruquei, com determinação. "Você não vai ficar aqui."
Sem hesitar, me abaixei e a ergui nos braços com cuidado, sentindo o peso leve de Nonna Rosa. Ela soltou um pequeno suspiro, mas manteve sua postura firme, como sempre. "Magnus, sou velha, não frágil," murmurou, segurando firme na minha camisa para se estabilizar enquanto eu começava a andar.
Ri baixinho, tentando aliviar o peso do momento. "Sei disso, Nonna. Mas não vou arriscar."


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