Leonardo
A viagem de volta para casa foi silenciosa, mas a tensão dentro do carro era quase tangível. Amber não tirava os olhos de mim, e eu sabia que ela estava esperando que eu dissesse algo, que explicasse por que segurei aquele bilhete de Martina como se fosse uma sentença de morte.
"Leonardo," ela finalmente quebrou o silêncio, sua voz firme, porém baixa. "Você não vai, não é?"
Eu apertei o volante com mais força. "Amber, vamos resolver isso em casa."
"Lá vem você me afastando de novo." Ela soltou uma risada sarcástica, cruzando os braços. "Você realmente acha que eu vou ignorar o fato de que Martina mandou um bilhete pedindo para te encontrar sozinho? Você ao menos considera a possibilidade de que isso seja uma armadilha?"
"Eu sei que é uma armadilha," admiti, olhando para frente, os faróis do carro cortando a escuridão da estrada. "Mas se eu não for, ela continuará nos sondando. Preciso descobrir o que ela quer."
"E se o que ela quer for te matar?" Amber rebateu, a frustração em sua voz evidente.
Suspirei pesadamente. "Não seria tão simples para ela. Martina sempre gostou de manipular as peças antes de derrubar o rei. Ela quer me ver reagir, quer saber até onde estou disposto a ir."
Amber ficou em silêncio por alguns segundos, então respirou fundo. "E o que você está disposto a fazer, Leo? Porque, sinceramente, se toda vez que algo assim acontecer você sair sozinho, sem pensar em mim, sem pensar nas crianças, então o que estamos fazendo aqui?" Sua voz fraquejou no final, e isso doeu mais do que qualquer coisa.
Ela não estava apenas preocupada, estava magoada. E isso era minha culpa.
"Amber," murmurei, finalmente desviando o olhar para ela. "Eu sei que você quer que eu pense com calma, mas eu preciso acabar com isso. Martina precisa ser detida, nos esconder não vai ajudar em nada."
Ela fechou os olhos por um momento e soltou um suspiro longo. "Só me prometa uma coisa. Não decida nada sozinho. Magnus precisa estar envolvido nisso, seus pais precisam saber. Não faça isso por impulso, Leonardo."
Concordei com um aceno de cabeça, mesmo que no fundo eu soubesse que minha decisão já estava tomada.
Assim que chegamos à mansão, saí do carro e segui direto para dentro, sem sequer esperar Amber. Eu precisava de Magnus.
O som da porta batendo alertou a casa toda. Meus pais estavam na sala, e Tomaso imediatamente franziu o cenho ao me ver passar como um furacão. "Voltaram cedo. Aconteceu alguma coisa?"
"Cadê Magnus?" perguntei, ignorando seu tom inquisitivo.
"Aqui." A voz grave de Magnus veio do fundo do corredor, e ele surgiu ajeitando a manga da camisa. "O que aconteceu?"


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