Leonardo
2 dias depois
O ambiente ao meu redor exalava perigo, mesmo que tudo parecesse perfeitamente calculado. Eu sabia que esse encontro não seria simples, mas a sensação de estar pisando em território inimigo nunca deixava de me incomodar.
O salão onde Martina me esperava era amplo, luxuoso, mas sufocante. O tipo de lugar onde cada detalhe parecia pensado para intimidar.
Minhas mãos estavam relaxadas ao lado do corpo, mas eu estava pronto para agir se necessário. Sob a pele, sentia a leve pressão do implante de rastreamento, um seguro extra caso a situação saísse do controle. O colete à prova de balas, discreto sob o terno, me dava a segurança de que, se alguém decidisse ser estúpido, eu pelo menos teria tempo para revidar.
Mas nada disso impedia a irritação crescente que queimava dentro de mim.
Martina já estava esperando quando entrei, e assim que nossos olhares se cruzaram, o sorriso dela se alargou.
Sorriso de predador.
"Ah, Léo… sempre pontual." A voz dela deslizou como veneno, envolvente e perigosa.
Não respondi. Mantive meu olhar fixo enquanto um de seus seguranças se aproximava para me revistar.
Ele passou o detector de metais pelo meu corpo, subindo devagar.
"Vai demorar muito?", perguntei, impaciente.
O segurança não respondeu, apenas continuou o processo.
Quando ele terminou, recuou, mas Martina permaneceu exatamente onde estava, me observando com um brilho divertido nos olhos.
"Bom…" Ela se levantou lentamente da cadeira, deslizando as mãos pelo próprio vestido justo antes de dar um passo à frente. "Você sabe como sou cautelosa, não sabe?"
Minha mandíbula travou.
"Sei que você é paranoica."
Ela riu, como se levasse aquilo como um elogio.
"Preciso garantir que você não está tentando me enganar, Léo."
E então ela se aproximou mais. Muito mais.
Minhas mãos continuavam relaxadas, mas eu sentia meu corpo inteiro em estado de alerta.
Ela ergueu as mãos, passando os dedos pelo colarinho da minha camisa, como se estivesse ajustando um detalhe invisível.
"Meus homens são bons", ela murmurou, as pontas dos dedos roçando de leve o tecido do meu terno. "Mas eu prefiro confiar nos meus próprios olhos."
Engoli a irritação e permaneci imóvel.
Os dedos dela subiram lentamente, deslizando pelo meu pescoço, depois para meus cabelos.
Cada toque era meticulosamente ensaiado, como se fosse uma inspeção… mas eu sabia o que ela estava fazendo.
"Está se divertindo?" Minha voz saiu seca.
"Um pouco." Ela sorriu, os olhos brilhando de diversão.
"Que pena. Porque eu não estou."
Ela ignorou meu tom gélido e continuou seu teatro.
Com as unhas pintadas de vermelho, deslizou as mãos pelo meu couro cabeludo, mexendo nos fios como se estivesse buscando algo escondido ali.
Depois, abaixou a cabeça levemente, passando os dedos pela curva da minha orelha.
"Você realmente não mudou nada, Leonardo", ela sussurrou, a voz quase sedutora. "Sempre tão… controlado e tão delicioso."
Minha paciência estava no limite.
"Já acabou?"
Ela sorriu mais uma vez, e antes que eu pudesse me afastar, aproximou o rosto do meu pescoço, inalando de leve.

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