Leonardo
"Ouvi dizer que Peter Calton trouxe uma acompanhante," Martina comentou, ajustando seu vestido vermelho. "Dizem que é sua noiva."
Ignorei o comentário, como fazia com a maioria das coisas que ela dizia. Meus olhos percorriam o salão automaticamente, avaliando cada rosto, cada contrato em potencial. Era isso que eu deveria estar fazendo, networking, política, jogos de poder. Não pensando em Calton, meu principal concorrente.
"Que bom para ele. Estava na hora." ela riu sem graça, tentando chamar minha atenção, mas eu não queria saber dela.
"Léo, não vai me convidar para conhecer alguns de seus fornecedores?" ela me olhou interessada.
"E por que eu faria isso?" falei sério a encarando.
"Pare de me tratar assim , Martinucci. Eu sei que ainda está bravo, mas já passou." ela fala, e sinto o ódio subir em minha garganta.
"Se acha que vou aparecer naquele casamento, está completamente errada. Temos um acordo, e isso não faz parte dele." ela riu, alisando meu terno, e me olhando com graça.
"Eu o amo, e é só isso que importa, querido." suas unhas se passaram por minha barba, mas segurei sua mão.
"Se é o que quer..." a soltei e me afastei, tentando não criar uma cena. "Se apresente a todos dessa festa, só não espere que eu esteja ao seu lado." Sai andando, sabendo que ela não viria atrás de mim. Seu orgulho era grande demais, para correr atrás de alguém.
Parei bem distante dela, enquanto procurava qualquer interação minimamente racional naquela merda de lugar.
Foi quando senti o líquido gelado encharcando meu smoking.
"Não olha por onde anda?" As palavras saíram automáticas, irritadas. A fastei o terno do meu peito, mas já era tarde demais, minha camisa também tinha molhado. Então ergui os olhos.
Três anos. Três malditos anos procurando por ela, e agora estava ali, seus olhos verdes arregalados em surpresa. O cabelo não era mais vermelho, estava curto e preto, mas era ela. Amber Bayer.
"Me desculpe, eu..." sua voz tremeu.
Vi o momento exato em que ela notou. O reconhecimento. Seus lábios se separaram em choque, suas pupilas dilataram.
"Isso não é..." comecei, mas as palavras morreram em minha garganta.
"Me desculpe, senhor. Eu... eu vou chamar alguém para limpar isso."
Agarrei seu pulso antes que pudesse fugir. Não dessa vez. Não depois de três anos.
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