Heloísa moura
Eu deveria parar.
Cada parte do meu corpo grita que isso é perigoso, que me envolver com Vittorio é me jogar no fogo sem a menor chance de sair ilesa. Mas quando ele me beija desse jeito, quando suas mãos traçam caminhos lentos e torturantes pelo meu corpo, é impossível pensar com clareza.
A verdade? Eu não quero parar.
Não quando ele me olha assim, como se eu fosse a única coisa que importa no mundo. Não quando seu toque me faz esquecer de tudo que prometi a mim mesma.
Meu corpo se encaixa contra o dele como se pertencesse exatamente ali. Minhas mãos deslizam por sua nuca, sentindo os fios macios entre meus dedos, e quando ele morde de leve meu lábio inferior, um arrepio delicioso percorre minha espinha.
Isso é insano. Perigoso. É viciante.
Minha respiração está ofegante, e ele sabe disso. Seus dedos pressionam minha cintura com mais firmeza, me puxando ainda mais para si. Eu deveria dizer algo, impor um limite antes que isso vá longe demais. Mas então ele sussurra:
— Você quer que eu pare?
Eu deveria dizer sim. Mas a palavra não vem. Em vez disso, minha resposta é um beijo intenso, profundo, que deixa claro que eu já não tenho mais controle nenhum sobre isso.
Ele sorriu contra meus lábios, satisfeito. Maldito. Ele sabe exatamente o que está fazendo. Mas se ele pensa que vai sair vitorioso tão fácil assim, está enganado.
Minhas unhas arranham levemente sua nuca enquanto rebolo em seu colo, sentindo o efeito imediato que isso tem sobre ele. Vittorio xinga baixinho, suas mãos apertando minhas coxas antes de subirem lentamente para minha cintura. Seu olhar encontra o meu, e há algo ali que me faz prender a respiração.
Desejo. Mas não só isso.
Eu deveria ignorar isso. Fingir que esse momento é apenas um jogo, algo passageiro. Mas quando ele me segura como se temesse que eu escapasse, percebo que talvez ele esteja tão perdido nisso quanto eu.
E isso me assusta.
Meus lábios roçam sua mandíbula antes de sussurrar contra sua pele:
— Isso não muda nada.
Ele solta uma risada baixa, rouca, e desliza os dedos por minha coluna de forma lenta e torturante.
— Não?
Sua boca encontra meu pescoço novamente, e meu corpo se arqueia contra o dele em resposta involuntária.
Droga. Preciso recuperar o controle disso antes que seja tarde demais.
Respiro fundo e, com toda a força de vontade que me resta, afasto meu rosto do dele, deixando apenas milímetros entre nós. Meu olhar encontra o seu, e há um brilho satisfeito em seus olhos, como se soubesse que já me tem exatamente onde queria.
Mas eu não vou facilitar.
— Você acha que venceu, Vittorio? — minha voz sai baixa, desafiadora.
Seu sorriso cresce.
— Eu acho que você já sabe a resposta para isso, bambina.
Seu sotaque italiano se arrasta sobre a palavra, e minha pele se arrepia. Mas engulo em seco, mantendo minha expressão firme.
Apoio as mãos em seu peito, sentindo a respiração acelerada sob meus dedos, e deslizo meu rosto para perto de seu ouvido.
— Vamos ver quem realmente ganha esse jogo.
Então, com um último olhar carregado de promessas, saio do seu colo e abro a porta do carro, deixando ele ali, ainda sentado, me observando com um sorriso torto e o olhar cheio de faíscas.
Caminho até a porta de casa sentindo o olhar de Vittorio queimando em minhas costas. Minha pele ainda está formigando pelo toque dele, e minha respiração está longe de voltar ao normal. Mas eu me recuso a deixar que ele veja isso.
Abro a porta sem olhar para trás, como se o que aconteceu há poucos segundos não tivesse importância alguma. Mas a verdade? Meu corpo inteiro está em alerta. Cada célula minha sabe que algo foi despertado ali, algo que não pode mais ser ignorado.
O som da porta se fechando atrás de mim ecoa pelo silêncio da casa. Respiro fundo e caminhei até a cozinha, precisando de algo para me distrair. Pego um copo d’água e bebo lentamente, tentando organizar os pensamentos.
O dia inteiro foi assim, sempre me levando de volta aquele maldito carro. Não adianta. A imagem de Vittorio, com aquele olhar intenso, aquele sorriso presunçoso, e a forma como ele segurou minha cintura como se tivesse todo o direito de fazer isso... tudo volta com força total.
Droga.
— Ainda acordada?
A voz dele me pega de surpresa, e eu me viro no susto. Vittorio está encostado no batente da porta da cozinha, com os braços cruzados sobre o peito, o olhar cravado em mim.
Ele ainda tem aquele maldito sorriso de canto, como se estivesse se divertindo com tudo isso.
— O que você quer? — pergunto, tentando soar indiferente.
Ele dá alguns passos à frente, e o cheiro dele — amadeirado, quente, viciante — me envolve antes mesmo que ele esteja perto o suficiente.
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