Vittorio Bianchi
No aconchego silencioso do quarto, a penumbra dourada das velas dançava nas paredes, projetando sombras suaves que tornavam o ambiente ainda mais intimista. O ar estava impregnado com o aroma amadeirado das velas e o perfume suave de Heloísa, um misto de baunilha e jasmim que fazia minha respiração vacilar sempre que ela se movia. O silêncio era preenchido apenas pelo som distante das ondas quebrando na praia e pelo compasso ritmado das nossas respirações, entrelaçadas em uma melodia silenciosa de antecipação.
Nossos olhares se encontraram no meio daquele universo particular, onde apenas nós dois existíamos. Havia algo na forma como ela me fitava, uma mistura de desejo e hesitação, como se estivesse à beira de um precipício, prestes a saltar. Aproximei-me com cautela, cada passo marcado pelo compasso acelerado do meu coração. Quando minha mão tocou a dela, senti o calor da sua pele aquecer a minha, como se um fio invisível nos conectasse, tornando impossível qualquer afastamento.
Heloísa cedeu ao toque, permitindo que nossos lábios se encontrassem em um beijo que começou tímido, mas logo se aprofundou, carregado de promessas e da entrega contida por tempo demais. Era como se o mundo lá fora desaparecesse, restando apenas a explosão de sensações que se desenrolavam entre nós. Minhas mãos deslizaram por sua cintura, sentindo a curva delicada do seu corpo, enquanto ela se apertava mais contra mim, buscando refúgio no calor do meu abraço.
Nossas roupas foram caindo aos poucos, peça por peça, sem pressa, sem urgência. Cada toque era um convite silencioso para explorar territórios desconhecidos, cada suspiro uma confirmação de que estávamos trilhando o caminho certo. Minha boca percorreu a linha do seu maxilar, descendo pelo pescoço, sentindo a forma como seu corpo reagia a cada carícia. Seu perfume era intoxicante, seu toque, um vício do qual eu jamais queria me livrar.
De repente, senti-a hesitar. Seus olhos brilhavam na penumbra, refletindo uma mistura de desejo e incerteza.
— O que foi? — perguntei, minha voz um sussurro carregado de preocupação.
Ela desviou o olhar por um momento antes de voltar a encarar-me, mordendo o lábio inferior em um gesto que me fez estremecer.
— Não é nada… É só que… Isso tudo é tão novo para mim — admitiu, um sorriso tímido brincando em seus lábios.
Meu coração apertou ao ouvi-la. Passei os dedos suavemente por seu rosto, afastando uma mecha de cabelo que caía sobre seus olhos.
— Meu amor, não precisamos fazer nada se você não quiser. Podemos apenas ficar aqui, beber um vinho, conversar…
— Não — ela interrompeu, sua voz mais firme desta vez. — Eu quero.
O brilho em seus olhos me garantiu que suas palavras eram sinceras. Ainda assim, eu queria que ela soubesse que tudo aconteceria no tempo dela. Quando ela se aproximou e encostou a testa na minha, respirei fundo, absorvendo sua presença, o calor que irradiava do seu corpo. Passei os braços ao redor de sua cintura, puxando-a suavemente para mais perto, como se quisesse imprimi-la em mim.
— Você é tão linda… — murmurei, deslizando os lábios sobre sua pele macia.
Ela fechou os olhos e suspirou, abandonando qualquer resistência. Seu corpo se moldou ao meu, e quando nossas bocas se encontraram novamente, foi com a certeza de que nada mais importava além daquele momento. Cada toque, cada carícia, cada suspiro, nos guiava para um caminho sem volta, onde nossos corpos e almas se fundiam em uma única melodia de desejo e entrega.
A intensidade crescia a cada instante. Eu explorava cada centímetro da sua pele com devoção, gravando cada reação, cada tremor, cada gemido contido. O mundo desapareceu quando finalmente nos tornamos um só, embalados por um ritmo que só nós dois compreendíamos. O prazer nos envolveu como uma tempestade silenciosa, arrebatadora e inevitável. Quando atingimos o ápice, a sensação era de estar à deriva em um mar de sensações infinitas, como se nossos corpos tivessem encontrado a mais pura forma de conexão.
Depois, permanecemos entrelaçados, os corações desacelerando aos poucos, a respiração voltando ao compasso normal. O silêncio que nos envolvia não era vazio, mas cheio de significados. Nossos corpos falavam por nós, em toques suaves e carícias preguiçosas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo