Heloisa Moura
Acordo com os braços do Vittorio em volta da minha cintura e a sensação que é a este lugar onde pertenço.
Saio do abraço do Vittorio e corro para o banheiro, mal tendo tempo de levantar a tampa antes de vomitar. Meu estômago se revira como se quisesse expulsar algo que nem sei se está lá. Seguro as bordas da pia, tentando recuperar o fôlego.
Sinto a presença dele antes mesmo de ouvir sua voz.
— Heloísa…
Olho pelo reflexo do espelho e encontro Vittorio parado à porta, os olhos escuros carregados de preocupação. Ele se aproxima devagar, como se eu fosse quebrar a qualquer momento.
— Você está bem?
Respiro fundo antes de responder.
— Acho que sim. Foi só… de repente.
Ele franze o cenho, claramente sem acreditar, e passa a mão pelo cabelo bagunçado.
— Isso já aconteceu antes?
Balanço a cabeça em confirmação. Minhas mãos tremem quando abre a torneira e levo um pouco de água à boca para tirar o gosto amargo. Não sei o que está acontecendo comigo, mas uma sensação inquietante se instala no meu peito.
Vittorio se aproxima e encosta a mão em minha cintura, sua preocupação quase palpável.
— Olha, se isso continuar, vamos ao médico, tá? Não quero você doente.
Concordo, mesmo sem saber se é só um passageiro, mal-estar ou algo maior. Mas, no fundo, algo me diz que minha vida está prestes a mudar.
— Helô, acho melhor você ir lá para casa, fica melhor para que possa cuidar de você. — Ele fala.
Observo Vittorio por um instante, tentando encontrar qualquer sinal de que ele está exagerando. Mas tudo que vejo é preocupação genuína em seus olhos. Respiro fundo e, mesmo sem ter certeza de nada, concordo com um aceno.
— Tá bom… Eu vou.
O sorriso dele se alarga, triunfante, e um brilho satisfeito passa por seu olhar. Ele não diz nada, apenas beija minha testa com delicadeza, como se estivesse selando um pacto silencioso.
— Então, fica aí quietinha que eu vou arrumar suas coisas.
Antes que eu possa protestar, ele já está do outro lado do quarto, pegando minha mala e começando a recolher minhas roupas espalhadas. Eu deveria dizer que consigo fazer isso sozinha, mas a verdade é que me sinto exausta. Meu corpo parece mais pesado do que deveria, e o cansaço se espalha por mim como um cobertor sufocante.
Encosto-me no batente da porta do banheiro, observando Vittorio se mover com eficiência. Ele dobra minhas roupas com um cuidado surpreendente, como se estivesse lidando com algo precioso.
— Você faz isso sempre? — pergunto, arqueando uma sobrancelha.
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