Heloísa Moura
Escutar que o Vittorio sentiu minha falta foi como um alívio que aquietou meu coração, e a certeza que eu precisava para ficar ao seu lado e enfrentar todos os obstáculos que estão por vir.
O Matteo, se afasta para resolver os problemas das plantações e a Isabella me olha como se quisesse falar algo, então a encorajo a perguntar.
— Isa, quer me perguntar algo?
— Ah, dona Helô, tenho vergonha, a senhorita é da cidade e com certeza vai me achar uma garota boba.
Ela fala e não consigo entender.
— Isa, primeiro vamos deixar as formalidades de lado. Me chame apenas de Heloísa ou Helô. E o que quer saber, se eu puder ajudar faço de coração.
— É que estou pensando em… fazer um agrado para o Matteo se é que me entende.
Sorrio com a confissão de Isabella, percebendo o brilho nos olhos dela misturado à timidez evidente. Ela torce as mãos no avental, hesitante, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.
— Um agrado? — pergunto, arqueando uma sobrancelha, brincalhona. — Você quer dizer… elevar a relação de vocês para outro nível?
Isabella arregala os olhos, e suas bochechas ficam ainda mais coradas. Ela balança a cabeça devagar, confirmando, mas sem ousar me encarar diretamente.
— Eu… acho que sim — responde baixinho.
A ternura que sinto por ela cresce. Vejo nos gestos e no tom de voz o quanto isso é importante para ela, e fico feliz por confiar em mim.
— Então você gosta mesmo do Matteo — afirmo, cruzando os braços.
Ela solta um suspiro e morde o lábio antes de assentir.
— Gosto. Mais do que deveria. Mas às vezes acho que ele não percebe, que eu também quero, que meu corpo se acende quando estamos sozinhos.
Entendo bem esse medo.
— Se ele ainda não percebeu, então está na hora de fazer com que veja — digo, pegando sua mão entre as minhas. — E eu vou te ajudar com isso.
Isabella finalmente me encara, surpresa e grata.
— Sério?
— Claro! O amor é algo que a gente tem que regar, igual às plantações que vocês cuidam tanto por aqui. Agora me conta… você já tem algo em mente ou quer que eu te ajude a planejar tudo?
Ela solta um risinho nervoso, mas vejo a esperança em sua expressão.
— Acho que vou precisar da sua ajuda.
— Então vamos começar — digo, piscando para ela. — Hoje vou reservar um jantar romântico para vocês e a mesma suite que o Vittorio reservou para minha primeira vez.
Se eu poderia ajudar Isabella a viver seu amor, então faria isso com o maior prazer. Afinal, não era isso que eu também queria ao lado de Vittorio?
— Não posso passar a noite fora, Helô, se minha mãe descobrir estou mortinha.
— Então, falo que vamos sair juntas, ninguém aqui além de vocês sabem que o Vittorio e eu estamos juntos. Então é uma desculpa para passar a noite com o patrão mandão também.
Sorrimos juntas.
Isabella me olha com os olhos arregalados, como se minha ideia fosse loucura. Talvez fosse um pouco, mas eu sabia que ela queria aquilo tanto quanto Matteo—e que, às vezes, precisávamos de um empurrãozinho para viver o que desejamos.
— Você acha que vai dar certo? — ela pergunta, mordendo o lábio.
— Claro que sim! — sorrio, segurando seu braço de leve. — Sua mãe não precisa saber de nada. E além disso, você merece viver esse momento com Matteo, sem preocupações.
Ela solta um suspiro profundo, ainda dividida entre o desejo e o medo.
— Eu nunca fiz isso antes…
— E nem precisa ter pressa — digo com doçura. — O mais importante é se sentir segura e confortável.
Ela assente lentamente, como se estivesse digerindo cada palavra.
— Mas… e se ele não quiser? Se eu parecer boba por me arrumar toda e planejar algo assim?
Solto uma risada baixa.
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