Ele não sabia onde ela estava, esperava que estivesse morta, mas jurava que podia sentir a presença dela vez ou outra, como resquícios do vinculo que ainda não havia se quebrado por completo. Torcia para que isso fosse apenas ilusão sua, queria que os renegados a tivessem dilacerado, torcia por isso.
Era tudo culpa dela, Lilian havia partido, a última voz que ainda ousava lhe dizer a verdade. A última que conhecia o significado da deusa, a que ainda o chamava de “filho” nos momentos mais escuros. A anciã era muito próxima de sua mãe e principalmente, de seu pai, a voz de sabedoria que Solan sempre ouviu quando ainda era vivo.
Kael se jogou na cadeira com um suspiro preso na garganta, estava tudo desmoronando. Mas ele não admitiria, não cederia.
Não agora.
Não enquanto a vergonha ainda queimava mais fundo que qualquer culpa.
Mas uma coisa era certa.
Lilian não voltaria, e sabia que a anciã tinha um destino certo. Se a velha acreditava que Lyra estava viva iria procurá-la.
E isso, mais do que qualquer ameaça, o fez estremecer.
Kael permaneceu por alguns segundos parado, olhando a madeira escura diante de si como se pudesse perfurá-la com o olhar. O orgulho ferido latejava dentro dele, o sangue em suas veias parecia borbulhar, e seu ego doía mais que qualquer ferida física.
— Velha idiota... — murmurou entre os dentes, cuspindo a palavra com desprezo.
Antes que pudesse afundar mais na própria ira, a porta se abriu novamente, sem qualquer cerimônia. Camilla entrou no escritório com a leveza de uma felina acostumada a caminhar sobre brasas. Os longos cabelos estavam soltos, caindo como uma cortina brilhante sobre os ombros nus, e o vestido curto e colado ao corpo denunciava a intenção com que havia se vestido.
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