— S-senhor... — o guarda engoliu em seco, desviando o olhar. — Houve movimentação estranha ao norte da floresta... renegados, ao que parece. Encontramos um grupo destroçado perto da clareira onde... onde a sua companheira foi deixada.
Kael soltou um gemido rouco e profundo, o corpo estremecendo ao alcançar o ápice, gozando na loba abaixo dele, ignorando por completo a informação que acabara de receber. Depois, afastou-se de Camilla como se ela fosse um objeto que acabara de usar, guardando o próprio membro na calça sem qualquer pressa.
— Minha companheira está bem aqui — disse, dando um tapa alto na bunda de Camilla, que se ajeitava, em silêncio. — Em breve, teremos um filho, não é mesmo, minha luna?
Camilla forçou um sorriso, os olhos marejados em silêncio.
O guarda nada disse, apenas assentiu com a cabeça e esperou o gesto de dispensa, que veio com um simples aceno preguiçoso de Kael, acompanhado de um olhar de puro desdém.
Assim que o lobo saiu, Camilla terminou de ajustar o vestido, puxando o decote para cima e o cabelo para frente, tentando recompor a própria dignidade.
— Deveria se preparar, Camilla — disse Kael, com o tom frio e autoritário de sempre. — A coroação será em breve, o povo precisa de uma luna forte.
— Você vai mesmo… — toda a vergonha ou sensação de humilhação foi embora assim que o ouviu, então, ela jogou-se nos braços dele. — Vai mesmo me escolher?
— Não há outra melhor que você neste lugar, agora me deixe sozinho, começe a preparar a cerimonia.
A mulher apenas assentiu correndo para fora com uma empolgação que não combinava com o que passara instantes atrás. Mas nada daquilo importava, aguentaria os rompantes do alfa se fosse para ser a Luna, era aquilo que ela queria.
Quando a porta voltou a se fechar, Kael ficou sozinho outra vez. O calor do ato que acabara de cometer desaparecia aos poucos, sendo substituído por uma inquietação crescente. Um nó se formava no centro do peito.
Renegados mortos.
Próximo à clareira onde havia deixado Lyra.
Ele caminhou até a janela e ficou observando o bosque ao longe, os olhos escurecendo a cada segundo.
Ela não poderia ter feito aquilo.
Ela era fraca.
Frágil.
Mal servia para limpar o chão da alcateia.
Mas... e se não fosse?
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