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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 100

Duas semanas depois

O tempo parecia ter passado arrastado desde o dia em que Amber chegou à Lua Sangrenta. As duas garotas não se desgrudavam, dividiam o quarto, os segredos e até as lágrimas que ainda insistiam em vir de vez em quando. Era como se tivessem se tornado duas metades de um mesmo coração, apoiando-se uma na outra para não desmoronar. A vida seguia, mas a sombra do luto ainda parecia rondá-las de vez em quando, porém, lentamente Amber começava a se reerguer com a ajuda da amiga.

Naquela manhã, Lua ainda dormia profundamente, enrolada nas cobertas, quando sentiu um peso sobre si, antes que pudesse reagir, ouviu uma voz animada, quase cantada:

— Feliz aniversário, amigaaaaa!

Amber havia pulado na cama, rindo, os cabelos bagunçados e os olhos brilhando de uma forma que Lua não via desde antes da tragédia. A energia dela era contagiante, tão viva que Lua se sentou rindo também, mesmo ainda sonolenta.

— Deusa, Amber! — Lua gemeu, rindo e empurrando a amiga de leve. — Você quer me matar de susto?

— Quero te acordar! — Amber rebateu, abraçando-a com força. — Hoje é o seu dia, esquece todo o resto! Precisa ser especial desde o começo!

O sorriso de Amber aqueceu o coração de Lua, era bonito ver a amiga melhorando aos poucos, reaprendendo a sorrir, mesmo que as coisas ainda estivessem difíceis. Desde o que aconteceu com sua mãe, duas semanas atrás, ainda não tiveram notícias de Caleb, mesmo a Ventos Sombrios procurando durante todo o tempo. Tommy ligava para saber como a filha estava quase todos os dias, e os dois passavam pelo menos uma hora ao telefone para falar sobre tudo.

— Dezoito anos… — Lua suspirou, mordendo o lábio, um brilho de ansiedade nos olhos. — Será que… será que hoje eu finalmente vou receber minha loba?

Amber rolou os olhos, mas sem perder o carinho, segurando a amiga pelos ombros e sacudindo levemente, Lua sempre se preocupou com sua transformação, e Amber sempre achou que essa preocupação era o que fazia a loba dela demorar de surgir.

— Ei, não fica pensando nisso. Vai acontecer quando tiver que acontecer, você sabe disso.

— É fácil pra você falar… — Lua retrucou com um biquinho, cruzando os braços. — Você já passou pela primeira transformação.

Amber sorriu, um pouco orgulhosa e um pouco cúmplice.

— Sim, mas não foi fácil também, eu tinha 17 e foi bem… Doloroso, na verdade. A sua hora vai chegar, Lua, confia.

Lua ia responder, mas o som de batidas na porta interrompeu a conversa, Amber se levantou, ainda sorrindo, ajeitando os cabelos e o pijama, e abriu.

Do outro lado, estavam Lyra e River, carregando um pequeno bolo com algumas velas acesas. Os dois cantavam parabéns animados, cheios de amor, e logo atrás deles vinham Solomon, Petra e Tailon, todos sorrindo batendo palmas e cantando parabéns enquanto andavam.

— Surpresa! — Lyra disse com aquele sorriso suave que sempre iluminava o ambiente.

Lua levou a mão à boca, emocionada.

— Vocês… Vocês não precisavam…

— Claro que precisávamos! — River retrucou, entrando com passos firmes e colocando o bolo sobre a escrivaninha. — Minha filha não faz dezoito anos todo dia.

— A festa de verdade é à noite.

— O quê? — Lua arregalou os olhos. — Não! Eu não preciso de festa nenhuma…

— Precisa, sim — Lyra disse firme, sorrindo para ela. — Dezoito anos não se passam em branco.

— É tradição — Tailon completou, meio sem jeito, mas sorrindo para Lua e Amber.

Petra concordou com um gesto delicado da cabeça.

Todos pareciam conspirar contra ela, e Lua acabou cedendo, rindo e levantando as mãos em rendição.

— Tá bem, tá bem! Vocês venceram.

Lyra então se aproximou das meninas e disse com carinho, acariciando os cabelos da filha:

— O dia é só de vocês, garotas. Vão se preparar para a festa a noite, deixem o resto da organização com a alcateia.

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