O dia passou rápido demais, e toda Lua Sangrenta estava agitada, ninguém fazia corpo mole, todos estavam ajudando a preparar a melhor das festas para a filha dos líderes, Lua era amada por todos por ser tão doce e gentil quanto sua mãe, e tão forte quanto seu pai, mesmo que ainda não tivesse uma loba. Lyra cuidou pessoalmente das meninas, enquanto algumas mulheres da alcateia ajudavam com vestidos, maquiagem e cabelos. Passaram o dia se arrumando, esquecendo qualquer tristeza que ainda as assombrasse, cuidando dos cabelos, tomando banhos de ervas. Amber estava sendo tratada como a aniversariante, afinal, seu aniversário fora duas semanas atrás, mas ela não o comemorou devido a tragédia. Lua não se importava em dividir seu momento com a amiga, na verdade, ter Amber ali só deixava tudo mais especial, e a garota parecia aproveitar cada segundo, com sorrisos sinceros e olhos brilhantes esquecendo um pouco as perdas, curando, mesmo que só por algumas horas, seu coração.
Quando o dia chegou ao fim e a lua cheia se ergueu no céu, Lua mal se reconhecia no reflexo. Vestia um vestido prateado e fluido, que caía como se fosse feito de luz líquida, os cabelos brancos estavam soltos, brilhando sob a claridade cálida do astro, era como se fosse a personificação da propria deusa, prateada, etérea, e linda.
Por um instante, ela se aproximou da janela para respirar fundo, lá fora, a lua cheia brilhava redonda, imponente no céu, a mais bela entre as estrelas, como se a chamasse, e ela a ouvia, era como um comichão em seu coração, a sensação de que algo importante aconteceria naquela noite.
Então, de repente, o coração dela disparou.
Seu olhar desceu rápido pelas árvores e, por um breve segundo, Lua teve a impressão de ver dois olhos vermelhos na escuridão da mata, os olhos da fera de seus sonhos, do monstro que parecia implorar por ela em seu tormento…
Mas quando piscou assim como veio, a visão desapareceu, do nada.
— Lua? — Amber chamou, ajeitando os brincos. — Tá tudo bem?
A de cabelos brancos se virou, observando a amiga, belíssima em seu vestido azul levemente brilhante.
— Sim… — Lua respondeu baixo, ainda com a respiração acelerada. — Acho que sim.
Mas não tinha certeza… Tudo o que sabia era que aquele aniversário não seria como os outros.
Quando as duas saíram do quarto e caminharam pelos corredores, saindo da mansão, os jardins da alcateia já estavam transformados. Luzes penduradas nas árvores e colunas iluminavam o espaço, mesas cobertas de flores, um enorme bolo no centro, música suave preenchendo o ar.
— Vamos receber nossa aniversariante! — Lyra falou, e todos aplaudiram com alegria enquanto gritavam em comemoração.
Era uma celebração perfeita.
River tomou a frente, o peito estufado de orgulho, foi o primeiro a falar, fazendo um discurso de pai coruja sobre como sua filha era uma benção da deusa e como ela era o elo mais importante da alcateia, aquela que os comandaria quando ele e sua mãe já não governassem mais. Lyra, emocionada, aplaudia, e Amber segurava a mão de Lua, sorrindo de verdade, emocionada por estar ali.
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