Até que, de repente, os galhos se abriram e ela alcançou uma clareira banhada pela luz prateada da lua cheia, que refletia em seus pelos lilases, fazendo-os brilharem sobre o manto branco que cobria seu corpo. .
E ali, diante dela, estava ele.
Uma fera gigantesca, de pelos brancos manchados de sangue, olhos vermelhos incandescentes, espinhos de ossos saindo para fora da pele machucada e dentes enormes à mostra. O monstro a observava com fúria, rosnando, as garras afundadas na terra.
O coração de Lua disparou.
Por um momento, o medo a paralisou, mas então, quando a luz da lua cheia tocou o corpo dele, algo mudou. A fera começou a se contrair, como se estivesse em guerra contra si mesma, o corpo reduzia de tamanho, os pelos sumindo em algumas partes, deixando pele marcada por cicatrizes à mostra, dando ao monstro uma forma quase humana, quase de homem, como aconteceu anos atrás, da primeira vez que se viram.
Ele caiu de joelhos, ainda monstruoso, metade humano, metade fera, o rosto co traços de fera e traços de homem, presas enormes saindo da boca, olhos vermelhos brilhando com desespero.
Mesmo assim, ele a olhou como se estivesse diante de algo sagrado, como se visse a única coisa boa que ainda podia ousar tocar.
A voz dele saiu grave, rouca, como se as próprias presas atrapalhassem as palavras:
— Com… panheira…
Lua arfou, as orelhas baixando, o peito dela doía só de ouvi-lo, tentando chamá-la mesmo que não tivesse controle sobre si mesmo. Ela deu alguns passos hesitantes para frente, seus olhos lilases cruzaram com os dele, e a fúria que antes ardia ali se transformou em algo mais, algo doce, algo cuidadoso, ele não queria que ela o temesse, queria que ela o aceitasse, que o salvasse.
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