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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 104

Os dias que se seguiram ao aniversário de Lua foram de calmaria aparente na alcateia Lua Sangrenta. O choque da transformação e a revelação de que ela era uma loba-oráculo ainda ecoavam entre aqueles que sabiam a verdade, mas, por fora, a vida parecia retomar seu ritmo. As risadas voltaram a preencher os corredores, os uivos de treinamento ecoavam pelas florestas, e as reuniões da alcateia voltaram a acontecer normalmente com jantares nos jardins que iam até tarde da noite.

Ainda assim, havia uma sombra pairando no ar.

— Ele continua aparecendo — resmungou um dos guardas numa manhã, enquanto voltava para os muros com a expressão irritada. — Aquele monstro maldito, sempre nos rondando... sempre fugindo antes que a gente consiga cercá-lo.

Os boatos se espalhavam, alguns juravam que tinham visto nos limites da mata, outros diziam que ouviam seus rosnados e uivos sempre que patrulhavam os limites do território, mas nunca proximo o bastante para ser visto, sempre escondido entre as árvores longe da luz.

Sempre que Amber ouvia os sussurros dos guardas, não conseguia evitar ficar inquieta e preocupada.

— É o Caleb — murmurava, nervosa, toda vez que ouvia algo sobre a fera que rondava a alcateia. — Tenho certeza que é, e ele não vai parar, Lua. Um dia, ele vai conseguir entrar…

Lua tentava acalmá-la, mas por dentro também sentia o coração disparar, não pelos mesmos motivos da amiga, é claro.

— Não se preocupa com isso — garantia Lyra em voz firme, sempre que o medo tomava conta. — Você tá segura aqui.

Era uma promessa feita com confiança, mas, mesmo que Lua fosse a filha do alfa, mesmo que, em teoria, pudessem garantir sua segurança, Amber ainda não sabia se acreditava de verdade.

Naquela tarde ensolarada, Lua e Amber estavam nos jardins, rindo juntas enquanto caminhavam tranquilas, o peso da fera do lado de fora, da loba de lua, de tudo, parecia sumir por algumas horas enquanto apenas andavam e conversavam como duas garotas normais, mesmo que estivessem longe de ser isso. Depois de toda a agitação dos ultimos dias, as duas mereciam alguns momentos de paz.

— Finalmente um dia normal, ne? — Amber brincou, sentando-se na grama. — Eu já tinha esquecido como era ficar sem se preocupar com monstros e coisas perigosas...

Lua abriu a boca para responder, mas a cena à frente interrompeu as palavras. Soldados surgiam, correndo em direção a River, que estava conversando com Solomon mais a frente sem notar as duas ali. As expressões dos soldados estavam preocupadas e até assustadas, algo que imediatamente fez a garota se preocupar… O que deixou os soldados tão assustados?

“Será o monstrinho de novo?”, se perguntou, mordendo o lábio, mas decidiu que não ficaria ali esperando a noticia chegar.

— Vem — Lua sussurrou, puxando Amber pelo braço.

— Lua, espiar seu pai resolvendo assuntos de alfa não faz parte do dia normal de meninas e… — mas ela não teve outra opção ao ser arrastada por sua melhor amiga.

As duas se encolheram atrás de uma enorme árvore que havia ali, o esconderijo perfeito para que o alfa não as notasse espiando.

— Alfa... — um dos soldados arfou, curvando-se em respeito diante de River. — O Alfa Atlas saiu do castelo, ele está atravessando as terras de ninguém com um pequeno exército.

Lua nunca ouviu aquele nome, mas percebeu como ele fez efeito em seu pai e em seu tio Solomon.

River ficou tenso, a mandíbula travada, os olhos brilharam em vermelho vivo por um instante antes que falasse:

— Reforcem imediatamente a segurança nos portões, quero todos os guerreiros em alerta, ninguém atravessa os limites sem que eu saiba.

Lua sentiu o peito apertar como se alguém tivesse puxado todo o ar de seus pulmões, o nome “Atlas” ecoava em sua cabeça com mais peso do que deveria, afinal, ela sequer sabia quem era aquele alfa. Seus olhos começaram a formigar e, de repente, sua visão foi, lentamente, ficando embaçada enquanto suas iris brilhavam em lilas vivo.

— Lua? — Amber segurou o braço da amiga. — Lua, o que está acontecendo?

Antes que conseguisse responder, o corpo da jovem vacilou, ela caiu no chão com força, seus cabelos alvos se espalhando pela grama verde, os olhos abertos, mas cobertos por algo como uma névoa branca. Estava convulsionando, cada músculo tremendo enquanto seu corpo se debatia com força contra o chão.

— LUA! — o grito de Amber ecoou por todo jardim.

River girou a cabeça em direção ao som, e o coração dele congelou ao ver as duas escondidas atrás da árvore. Num segundo, correu até a filha, ajoelhando-se ao lado dela.

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