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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 107

O sol nasceu e iluminou toda a alcateia, de fora dos muros, dois soldados que faziam a patrulha da noite vieram correndo, sujos e com alguns ferimentos.

— Beta Solomon! — um deles chamou, ofegante, ao alcançar o pátio interno. — Achamos alguns rastros do monstro, encontramos alguns renegados também.

Solomon ergueu os olhos do mapa estendido numa mesa improvisada no meio do jardim, tudo agora girava em torno de fortificar as defesas da Lua Sangrenta, River estava a poucos passos, conversando baixo com duas lobas da guarda; quando ouviu a palavra “rastros”, parou e se virou.

— Onde? — a voz de Solomon saiu seca e firme.

— Faixa leste, perto de algumas árvores grandes.

River e Solomon trocaram um olhar, desde a noite do aniversário de Lua, a alcateia parecia viver em alerta, todo mundo dormia e vigiava ao mesmo tempo. O “monstro”, Caleb, para os poucos que sabiam, rondava o território como um fantasma.

— A gente não pode lidar com duas lutas de uma vez — rosnou Solomon, finalmente dizendo o que todos pensavam. — Atlas está vindo e a fera também. Se a gente corre atrás de um, deixa uma brecha para o outro.

River assentiu, mandíbula travada.

— Então vamos fechar todas as brechas, tem alguma ideia?.

Solomon puxou ar, pensando um pouco antes de falar:

— Chamem uma bruxa da vila, agora mesmo — Seus olhos percorreram os rostos ao redor, encontrando o do guarda. — Eu quero selos no chão, nos locais onde encontraram os rastros da fera, precisa explodir, qualquer coisa assim. Não vamos tentar matar ele, só afastar.

Assim que o beta terminou de falar, um soldado se transformou, correndo para a vila das bruxas que ficava ali perto, não podiam demorar, resolver o problema da fera lhes daria tempo para resolver o problema maior: como impedir Atlas de invadir a alcateia.

A bruxa chegou apenas vinte minutos depois, com vários materiais nas mãos, pronta para fazer os selos de proteção, era uma bruxa jovem, mas Solomon sabia que ela era uma das melhores.

— Trouxe o que pediram — falou, séria, normalmente as bruxas não gostavam de se aproximar muito dos lobos.

Seguiram com ela para o loca onde deixaria os selos e ela se ajoelhou na terra, tirando de um saco de pano pó de ferro, sal lunar, pétalas secas de lírios e uma pequena faca de osso. Com a lâmina, furou a ponta do dedo e deixou cair uma gota escura no centro do primeiro círculo que desenhou com o sal, quando o sangue caiu, pareceu ferver na terra, deixando o simbolo gravado no chão.

— Não é algo muito agressivo, mas vai assustar e machucar um pouco.

— Vai funcionar? — River perguntou sério, encarando-a.

— Vai, alfa. Mas nã é a solução para esse problema e você sabe.

***

O dia passou como um borrão para toda a alcateia e quando a noite chegou, tudo se silenciou. Quase ninguém dormia, mas o silêncio era quase esmagador, já que todos estavam mais cuidadosos e queriam manter a alcateia invisível durante a noite. Não haviam mais as luzes nos muros e a mansão já estava em completa penumbra antes des dez.

Entre as árvores, na floresta, uma sombra maior se movia. Pelos brancos manchados de terra e sangue seco, espinhos de osso rompendo a pele como farpas imensas, olhos vermelhos brilhando… A fera estava rondando de novo e de novo. Não vinha para caçar, não tentava invadir, mais uma vez só estava ali correndo ao redor como se estivesse sem rumo.

Um passo depois do outro, grunhindo e rosnando.

Ela deu mais um passo para perto, andando bem devagar para não assustá-lo mais.

— Assim… — sussurrou, levando a mão ao peito. — Eu respiro… você respira, precisa ficar calmo… Não precisa ter raiva o tempo todo.

Puxou o ar, contando baixinho. Um… dois… três… Soltou devagar. Um… dois…

A fera repetiu, o peito monstruoso subiu, desceu, desceu de novo, as garras contraíram, os olhos não piscaram mais tão rápido. Lua se aproximou mais um passo e ajoelhou bem na frente dele, os olhos cheios de lágrimas ao vê-lo machucado, a pele ainda fumegava levemente enquanto ela o encarava, percebeu o monstro tentando esconder as feridas, as recentes e as mais antigas.

— Monstrinho… — saiu quase sem voz.

Enquanto isso, na casa da alcateia, Amber abriu os olhos bem devagar, girando a cabeça ao redor meio confusa.

— Lua? — chamou baixinho, esperando uma resposta debochada ou brincalhona da prima.

Mas não veio nada.

Seu estômago revirou e ela pulou da cama, puxou a primeira blusa que achou, abriu a porta e disparou pelo corredor ainda descalça.

Bateu na porta do quarto de River e Lyra sem cerimônia, falando ainda com a porta fechada.

— Tia Lyra! Lua não tá no quarto!

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