As luzes se acenderam rapidamente assim que a voz de Amber chegou aos ouvidos do alfa e da Luna e River abriu a porta já vestido, Lyra surgiu atrás dele, os cabelos meio bagunçados, mas os olhos preocupados brilhando prateados.
— Quanto tempo? — River perguntou, direto, já saindo do quarto.
— Eu… eu não sei. — Amber mordeu o lábio para segurar o choro. — Ela disse algo sobre ir pegar uma água e eu dormi… devia ter ficado acordada… eu…
— Ei, não. — Lyra segurou o rosto da menina nas mãos, firme. — Respira, querida, você vai me ajudar a trazê-la de volta. Se não tivesse percebido, nem saberiamos que ela tinha saído, você foi muito bem.
River já estava andando, e sua voz ecoou nas mentes dos guardas:
“Levantem-se, minha filha sumiu, procurem no lado leste primeiro!”
No corredor, a alcateia acordou de vez, passos, ordens, a noite se enchendo de movimento. Amber ficou ali no meio, num mar de gente correndo de um lado pro outro, a culpa pesando como uma pedra no peito. Tailon apareceu assim que seu pai o avisou, correndo contra as pessoas, os cabelos ruivos presos de qualquer jeito a camisa torta, claramente saiu da cama no susto.
— O que aconteceu? — perguntou, parando ao lado dela.
— Ela sumiu. Ela… ela tava do meu lado. — As palavras saíram em soluços. — É minha culpa, eu devia…
— Não. — Ele negou, tímido no gesto, mas firme na voz. — Você não fez nada, não é uma guarda de Lua, a gente sabe que nossa amiga é impossível às vezes… Vão achar ela.
Amber piscou, surpresa pelo jeito dele falar, Tailon hesitou um segundo, então abriu os braços, meio desajeitado, meio sem jeito, e a puxou para perto. O abraço foi desengonçado e perfeito, ela chorou no ombro dele e ele ficou vermelho, mas não soltou.
— Vai dar tudo certo, prometo.
***
Na mata, Lua fez o que podia pelo seu monstrinho, rasgou parte do tecido de sua blusa e se aproximou, bem devagar, mostrando o pano para monstro que continuava sentado, quieto, encarando-a.
— Vai doer, tá? — avisou, o olhando com carinho.
Quando encostou o pano na pele ferida, tentando limpar da melhor forma que conseguia, a fera guinchou um som rouco, os músculos tensionando com a dor. Lua não recuou, mordeu o próprio lábio e continuou, limpando fuligem, tirando grãos de terra, pressionando onde sangrava mais.
— Shhh… já vai passar… — sussurrou, a testa quase tocando o pelo grosso. — Eu tô aqui.
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