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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 112

O vento gelado descia das montanhas, atravessando os campos como lâminas invisíveis. O exército de Atlas ainda não tinha se movido de onde acampara, mas a tensão que estava no ar deixava até os soldados mais fortes nervosos.

Atlas estava sentado em uma pedra grande, o peito estava nu, mas usava uma calça de linho escura e encarava o acampamento com um olhar de pura fúria, ainda amargo com o que havia acontecido mais cedo. Alguns soldados ainda velavam os mortos, enterrando os soldados que tinham morrido com o ataque da fera. Ao lado dele, um lobo de pelos amarelados aguardava, o corpo grande e musculoso pronto para obedecer.

— Vai até a Lua Sangrenta — ordenou Atlas, a voz baixa, mas tão carregada de poder que fez o outro se encolher por um instante. — Entregue a mensagem ao alfa supremo.

O mensageiro abaixou a cabeça em obediência e a voz dele ecoou na mente de Atlas.

“O que devo dizer, meu rei?”

Atlas sorriu, mostrando os dentes afiados.

— Diga que não adianta me enviar monstros, porque cedo ou tarde estarei nos portões deles. Diga que se entregarem a loba-oráculo em paz, talvez eu deixe a Luna viver. — Ele se inclinou para frente, o olhar faiscando. — Mas se resistirem… vou arrancar a cabeça de cada um e erguer suas peles como bandeiras.

O lobo amarelado rosnou em concordância e saiu correndo, desaparecendo entre as árvores.

***

Na Lua Sangrenta, o clima era completamente diferente, quando amanheceu, o dia começou cinzento, o sol mal atravessava as nuvens. A alcateia estava inquieta, soldados cochichavam nos corredores, rumores corriam entre os renegados que viviam nas margens do território. Alguns diziam ter visto o exército de Atlas já acampado além da fronteira, outros falavam que ouviram uivos dele na mata.

River estava sentado na mesa principal do salão, as mãos grandes apoiadas sobre o tampo de madeira. Lyra estava em pé, andando de um lado para o outro, os cabelos dourados balançando enquanto o olhar dela se prendia a cada janela, como se esperasse ver algo surgir a qualquer momento.

— Não podemos mais ignorar — River disse, finalmente quebrando o silêncio. — Ele está vindo, Lyra. Os boatos só ficam mais fortes, e não são só boatos, os soldados ouviram, alguns até sentiram o cheiro dele no vento.

Lyra parou, respirando fundo.

— Então vamos ter que lutar — A voz dela não tremeu, mas havia um peso naquelas palavras. — Não temos escolha.

River assentiu, os olhos vermelhos faiscando por um instante.

— Não importa o que aconteça, eu vou proteger nossa filha. Nem Atlas, nem exército nenhum vai encostar um dedo nela.

Lyra se aproximou, tocando a mão dele sobre a mesa.

— Eu também. Se tiver que lutar até o fim, eu luto. Por ela, por nós.

Os dois ficaram em silêncio por um instante, compartilhando aquela promessa muda. O vínculo entre eles vibrava, um amor e uma determinação que eram mais fortes do que qualquer ameaça.

— Do que vocês estão falando? — perguntou, a voz curiosa, mas também bastante preocupada encarando as duas meninas com os olhos apertados.

As duas se entreolharam, nervosas.

— Nada — Amber respondeu rápido demais. — Só… só coisas de meninas.

— Coisas de meninas, é? — Tailon arqueou uma sobrancelha, entrando no quarto e fechando a porta. — Engraçado, porque eu ouvi “ele falou meu nome”. Quem é “ele”?

Lua mordeu o lábio, tentando pensar numa desculpa, mas Tailon já cruzava os braços com aquela pose de irmão mais velho, mesmo que ele fosse mais novo que as duas garotas.

— Vocês sabem que não adianta esconder de mim.

Amber suspirou, derrotada.

— Você promete que não vai contar nada pro meu pai? — Lua pediu, olhando para ele com os olhos marejados.

— Isso depende do que vocês vão me contar.

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