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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 114

No quarto de Lua, a luz da tarde começava a sumir enquanto a brisa quente soprava as cortinas bem fraquinho, entrando no ambiente e sacudindo bem de leve os fios brancos dela.

— Eu sei que você me odeia um pouquinho — Amber começou, sentada no tapete, mexendo nas bainhas de um pano limpo como se aquilo fosse tarefa urgente. — Por tudo que falo do Caleb. — Ela inspirou. — E talvez você esteja certa.

Lua ergueu o rosto, surpresa.

— Como assim “talvez”?

— Eu vi você com ele na outra noite. — Amber desviou o olhar, os dedos tremendo só de pensar. — Quando você encostou nele, a respiração… ficou igual, a sua e a dele. — Ela suspirou, dando de ombros. — Foi a coisa mais doida que já vi. E, quando ele disse seu nome… uma coisa dentro de mim… doeu. Não de medo, de saudade, sabe? Porque fazia anos que eu não ouvia a voz do meu irmão, mesmo que fosse aquela voz estranha de fera.

Lua se aproximou, engatinhando, até encostar o joelho no joelho da amiga.

— Eu nunca vou pedir pra você esquecer o que ele fez. — A voz dela foi mansa, mas firme. — Nem pra chamar de “meu irmão” o que ainda é “monstro” na sua cabeça. — Sorriu de leve. — Eu só peço pra você me deixar tentar, porque a deusa, Amber… ela é teimosa. Ela junta duas coisas que ninguém acha que combinam e, de repente… — apontou para as próprias têmporas — a gente vê que combinam desde sempre.

Amber engoliu o choro, respirou, passou as mãos no rosto.

— Tem outra coisa, algo que você não sabe. — A voz saiu num sopro. — Lua cheia.

— O que tem?

— A única vez que o Caleb parece mais… humano. — Ela olhou pela janela, a lua ainda um recorte pálido no céu. — A mamãe… — a palavra saiu como faca e carinho — dizia que, nas noites da cheia, a maldição amolecia um pouco. Não sumia, mas era nesses dias que ela conseguia ver o homem dentro da fera meu irmão… Ele nunca ficou totalmente humano, mas conseguia falar um pouquinho as vezes, deixava que ela o tocasse, que limpasse suas feridas.

— Quando é? — Lua perguntou, o coração disparando com a esperança.

— Daqui a dois dias. — Amber cravou os olhos nos dela. — Eu devia te prender no quarto e jogar a chave pela janela, mas… — soltou o ar — se você for, eu vou junto.

Antes que Lua respondesse, a porta abriu devagar e Tailon enfiou a cabeça, o cabelo ruivo num coque torto de quem treinou o dia todo, e realmente tinha treinado. Depois que o mensageiro passou pelas defesas e invadiu, Solomon estava exigindo do filho ainda mais do que sempre exigiu, e Tailon nunca o decepcionava, mesmo precisando ficar mais de doze horas seguidas com os guerreiros.

— Eu sabia que tinha conspiração — ele falou, entrando de uma vez. — O silêncio de vocês tem o barulho de “vamos fazer besteira”. — Ele cruzou os braços. — Vamo, sei que tavam falando dele de novo.

— Tava ouvindo atrás da porta? — Amber perguntou, com um tom ofendido.

— Tailon… — Lua começou.

— Não, Lua. — Ele fechou a porta com o pé. — Sem esse tom que você usa quando acha que eu e meu pai somos a mesma pessoa, chega disso, sempre fomos amigos, eu sempre acobertei suas loucuras, não quero você e ela se enfiando em perigo sem que eu saiba.

Amber abriu a boca antes de Lua, o olhar firme como nunca.

— A gente quer ir até o Caleb na lua cheia. — Pronto.

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