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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 116

Os três se ajoelharam ao redor do mapa, nele estava desenhado todo o território: a muralha, os portões, a mansão, o jardim grande, a pequena vila ao redor da mansão e, por baixo, um labirinto de traços que iam da mansão até a floresta em várias direções.

— Os túneis — Lua murmurou, tocando o traço com a ponta dos dedos.

— Vamos usar o túnel principal de fuga — Tailon confirmou, apontando para um traço mais escuro entre os claros. — Sai perto do velho tronco oco que parece uma boca gritando. — Ele bateu o dedo no mapa, marcando um X com um lápis que tinha levado. — Daqui, a gente segue por essa elevação, que não é uma trilha óbvia, e esperam aqui. — Outro X, mais adiante, numa pequena clareira quase redonda. — É longe o bastante da alcateia para ninguém perceber, mas perto o bastante para a gente voltar se algo der errado.

— E se der ruim? — Amber perguntou, objetiva, os olhos fixos no mapa.

— Três rotas de fuga — Tailon disse, marcando o mapa de novo. — Rota Fênix: subir por essas pedras, cortar pelo riacho e voltar por trás do moinho. Rota Corça: dar a volta por aqui, descendo, sem barulho, até o lago com nascente que seu pai gosta e cortando rente à cerca antiga. — Outro rabisco. — Rota Sombra: o caminho mais arriscado, passar por baixo do pinhal e cortar a meia-encosta, mesmo com as pedras soltas. É íngreme, mas ninguém persegue rápido ali.

— E por que “Fênix, Corça e Sombra”? — Lua perguntou, com as sobrancelhas unidas.

— Porque senhas precisam de nomes legais — Tailon respondeu, muito sério, e só então deu um meio sorriso também. — Se eu gritar “Sombra!”, vocês entendem que é por baixo do pinhal, sem perguntar.

— Sim senhor comandante — Amber brincou, e a tensão deles baixou um pouquinho.

Ele tirou do cinto três apitos pequenos.

— Se alguém se perder, um toque curto e dois longos. Se alguém estiver em perigo, dois curtos e um longo. Se alguém tiver que me xingar porque eu mandei fazer algo que vocês não querem, xinga no pensamento.

Lua riu, uma risada curta, que foi ficando de verdade.

— E o horário? — ela perguntou.

— Saímos meia-noite, quando a ronda do muro troca e os guardas ficam dois minutos conversando sobre quem derrubou quem no treino — Tailon respondeu, prático. — Vocês duas descem primeiro pelo alçapão do porão. Eu sigo logo atrás e encontro vocês na entrada do tunel, me esperem não vão sozinhas para a gente não se perder — Ele respirou fundo. — Se tudo der certo, a gente espera, ele vem, a Lua… faz o que tiver que fazer, e a gente volta antes de alguém notar que a gente sumiu. Se der errado, se ele atacar ou a gente perceber alguém estranho na mata…

— Sombra — Amber e Lua falaram juntas.

— Obrigada, Tailon, obrigada a vocês dois, na verdade… Não sei o que eu faria sem vocês.

— Eu que agradeço por vocês confiarem em mim pra essa loucura — ele respondeu, olhando para ela com a lealdade de quem já decidiu onde vai morrer se precisar. — Agora, façam cara de quem não tá planejando nada, porque eu vou sair primeiro antes que meu pai venha atrás e desconfie de ver a gente juntos o tempo todo.

Ele levantou e juntou o mapa, enfiando na bolsa, então passou pela porta, conferiu o corredor e sumiu. Amber puxou o ar, soltou devagar.

— Eu não sei se é coragem ou burrice — ela confessou, arrumando a cesta pela décima vez.

— Acho que é amor — Lua arriscou, de leve.

— Eu tava falando da gente — Amber rebateu, mas corou. — Mas… é. Talvez seja essa coisa aí também.

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