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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 119

ATENÇÃO: ESSE CAPÍTULO PODE GERAR GATILHOS COM RELAÇÃO A VIOLÊNCIA SEXUAL LEIA COM DISCRIÇÃO E, SE ESTIVER PASSANDO POR ISSO, PROCURE AJUDA!

No centro, Atlas fechou a caixa com um estalo, levou o conjunto para dentro da tenda, onde pendurou as peças em um suporte, o gesto tinha algo quase ritual, aquele era seu meio de derrubar o grande supremo, sua vingança. Quando voltou para fora, as concubinas desviaram o rosto por instinto, aprenderam que olhar nos olhos dele sem ser chamadas às vezes rendia dor de graça.

— Quero guerreiros afiados — Atlas continuou, mãos nas costas, ritmando passos curtos. — Quero batedores em todas as saídas daquela alcateia de merda, e quero os melhores guerreiros invadindo enquanto lutamos revirando cada canto atrás da minha companheira, entenderam?

Um dos comandantes, um lobo mais velho com cicatriz cruzando a boca, se arriscou:

— E a fera, meu rei? — O termo saiu com desprezo e fascínio. — A que atacou nosso acampamento… O senhor acha… Acha que eles a levarão para a luta?

O maxilar de Atlas ficou tenso, ele olhou o homem e além dele, como se as árvores atrás fossem mais interessantes.

— Se levarem, River vai ter usado o cérebro pela primeira vez na vida — ele disse, seco. — Se não, é porque não o controlam, então teremos um bicho selvagem a solta que parece querer comer tudo o que vê pela frente. — O olhar baixou pro círculo. — Se cruzarem com ele, não brinquem, matem na mesma hora.

— Sim, meu rei.

Atlas soltou ar pelo nariz, entediado, o conselho estava dado, a ordem, espalhada. Ele ia se virar para entrar na tenda quando notou o pequeno movimento no canto.

Cochicho.

Cecile inclinada demais para o lado de Jully, a corrente nos pulsos dela balançando levemente, os lábios se movendo, bem pouco quase nada.. Achou que ele não notaria, mas ele notou. Atlas parou, olhando-as por longos segundos em silêncio sem que elas notassem, distraídas, a roda abriu caminho antes dele pedir. O rei das montanhas caminhou devagar, cada movimento bem calculado e, principalmente, perigoso.

— O que duas vadias inúteis cochicham enquanto eu falo da guerra? — A voz saiu baixa, perigosa.

Jully congelou e Cecile tentou levantar, mas a corrente puxou e ela caiu de joelhos, a voz passiva e quase doce ecoando bem pouco de tão baixa que era:

— Só… — ela começou, escolhendo com pinça — agradecíamos a honra de ouvir o plano do nosso rei.

Atlas sorriu sem humor.

— Você aprendeu. — A mão soltou o cabelo de Jully, que caiu no chão, ofegante. — E eu vou ensinar a ela do jeito que te ensinei!

Atlas puxou Jully pelos cabelos com brutalidade, arrastando-a do chão como se ela fosse só um pedaço de pano sujo. O corpo dela era leve, quase mole, os joelhos falhando enquanto tentava manter a dignidade entre um soluço engolido e a dor que já latejava no rosto. As correntes tilintavam de um jeito desesperado enquanto a garota se debatia, mas ninguém se mexeu, nenhum soldado ousou desviar o olhar, na verdade encaravam-nas com prazer, bebendo o desespero delas, todos sabiam o que vinha a seguir.

— Segurem essa aí. — Ele ordenou, sem sequer olhar para Cecile.

Dois guardas se aproximaram e, antes que ela pudesse se debater, puxaram seus braços para trás e a seguraram. Cecile gritou.

— Não! Não, por favor! Ela não merece isso! B**e em mim, me usa, mas deixa ela… deixa ela…

Atlas ignorou e arrastou Jully com força para dentro da tenda, o couro pesado se fechando atrás dos dois como a boca de um monstro.

Cecile lutou com tudo o que tinha, mas os guardas eram dois lobos fortes, frios, que nem piscavam diante do desespero dela. Os gritos de Cecile cortavam o ar até que foram abafados pelo som mais insuportável de todos: o primeiro gemido abafado vindo lá de dentro, mas não era prazer, era dor e medo.

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