ATENÇÃO: ESSE CAPÍTULO PODE GERAR GATILHOS COM RELAÇÃO A VIOLÊNCIA SEXUAL LEIA COM DISCRIÇÃO E, SE ESTIVER PASSANDO POR ISSO, PROCURE AJUDA!
Cecile parou de lutar.
O corpo dela amoleceu, as lágrimas vieram, mas não fizeram barulho, a boca ficou aberta num choro mudo, a vergonha e a impotência colaram como lama nos ossos.
— Monstro desgraçado… — ela sussurrou, sem voz.
Lá dentro, Jully chorava.
As mãos tremiam descontroladas, e o corpo, mesmo imóvel, parecia querer fugir por todos os poros. Atlas a empurrou sem nenhuma cerimônia para dentro da tenda, os dedos apertando com força o braço fino dela como se quisessem marcar sua presença até nos ossos da garota.
— Quer aprender a obedecer? — ele murmurou, entre os dentes, enquanto arrancava o tecido velho e sujo que a cobria. — Então vai aprender com dor, é assim que se educa cadelas como você.
Jully arfava, o rosto ainda sujo de sangue dos t***s anteriores, e mesmo assim tentava manter o que restava da dignidade. Queria gritar, mas o medo pesava na garganta como pedra. Sabia que, se gritasse, se chorasse alto demais, ele ficaria pior.
Atlas não a olhou como um homem olha uma mulher, olhou como um predador faminto, entediado com o próprio poder, mas ainda assim viciado nele. Seus olhos vermelhos ardiam, impacientes, e a boca retorceu-se num meio sorriso.
— Você acha que é gente, não é? — ele sussurrou, os dedos segurando o queixo dela com brutalidade. — Mas eu vou te lembrar o que você é, só um brinquedo que me pertence, algo pra eu usar quando quiser e quebrar quando cansar. Você vive porque eu deixo.
Ele a empurrou ao chão da tenda com brutalidade, e o peso dele caiu sobre ela de um jeito que fez o ar sumir de seus pulmões. Não havia carinho, nem desejo, apenas domínio, a vontade de provar que ele podia, que ninguém ali, nem os guerreiros, nem as concubinas, nem mesmo a Lua Sangrenta inteira, era capaz de tirar algo das mãos dele.
— Você sabe por que eu deixo você viver, coisinha? — ele perguntou ao pé do ouvido dela, a voz grave e venenosa enquanto arrancava dela as roupas, tocava seu corpo, marcava a pele. — Porque eu gosto de ver o medo, gosto de ver você tentando fingir que ainda tem alma. Eu vejo quando você olha pra Cecile como se ainda tivesse esperança. Isso me diverte.
Ela fechou os olhos com força, tentando se ausentar, escapar de algum modo por dentro, enquanto o som da respiração dele crescia pesado sobre sua nuca. Uma lágrima escorreu, quente, solitária, e caiu no chão de terra batida.
“Não sou só isso…”, pensou. “Não sou só o que ele quer que eu seja…”
Mas naquele momento, era, porque Atlas tinha todos os meios de torná-la apenas isso.
O tempo pareceu parar, cada segundo era um arranhão em sua sanidade, cada palavra dele, uma agulha no peito. E ele falava, o tempo todo, como se o silêncio dela o provocasse.
No dia seguinte, com o sol mal nascido ainda no céu cinza, Atlas saiu da tenda maior como se nada tivesse acontecido. Estava impecável, o cabelo preso, os moldes de prata já posicionados em suas mãos. Os soldados se alinharam, silenciosos, organizados, tinham acordado mais cedo ainda que seu rei.
— Acabou o descanso. — A voz dele cortou o ar. — Levantem acampamento.
Ninguém questionou.
Tendas começaram a ser desmontadas, os lobos voltaram à forma humana apenas para carregar as armas e os suprimentos. Um batalhão inteiro girando ao redor de um único objetivo: atacar a alcateia da Lua Sangrenta.
Atlas subiu em uma pedra alta, de onde podia ver tudo, o movimento dos homens, o ritmo dos passos, a direção dos ventos.
— Vamos levar a desgraça à alcateia mais forte desse continente. — Ele gritou, a voz reverberando pela clareira. — Queimem o que encontrarem, matem tudo o que se mexer e só parem quando eu mandar! Mas o supremo e sua Luna são meus!
Os lobos uivaram em resposta, num coro sombrio.
Enquanto todos se agitavam ansiosos pela batalha, mais distante, encolhidas no chão, as duas concubinas encaravam a cena com os olhos sérios. Jully ainda estava machucada mas o ódio em seu olhar parecia queimar como fogo, a hora delas também estavam chegando.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...