Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 12

— Não exatamente… Quando eu estava lá sonhava que ia encontrar meu companheiro e que ele iria cuidar de mim, que teria uma família…

— E encontrou?

— Não importa, as coisas são diferentes agora eu não penso mais nisso.

Lyra mordeu o lábio inferior, suspirando levemente. Não pensava porque se recusava a lembrar de tudo o que os soldados de sua alcateia ficaram com ela, e a mando do homem que deveria ser seu companheiro.

— Não pensa mais em ter uma família?

River a encarou com os olhos fixos, e Lyra não entendia o que via naquele olhar.

— Não penso — ela foi direta, mesmo que aquilo não fosse verdade.

River não respondeu apenas continuou ali sentado encarando Lyra por alguns instantes até perceber ela se remexer em seu lugar.

— Por que tá me encarando?

— Estava pensando no que você disse mais cedo, sobre os omegas…

Ela hesitou por um momento, encolheu os ombros devagar, desviando o olhar.

— É o que todos dizem, se perguntar em qualquer lugar, vai receber a mesma resposta.

Lyra se encolheu mais um pouco, como se a simples pergunta a queimasse por dentro. Mas não disse nada.

— Lyra — chamou ele, em tom mais brando. — Não precisa esconder nada de...

— Boa noite, River. — Ela o cortou, se afastando da fogueira e se deitando, ainda coberta pelo manto dele, escondendo o rosto no tecido escuro.

Ele não insistiu, apenas ficou ali, sentado, olhando para ela por alguns segundos a mais. Havia algo escondido naquela garota, algo que ela lutava para enterrar, mas que escapava nas brechas. Em suas pausas longas, no modo como hesitava quando falava sobre si mesma. No desconforto que surgia sempre que alguém se aproximava demais da verdade.

River deitou ao lado dela, virado na direção oposta, o corpo perto o bastante para sentir o calor de Lyra, mas longe o suficiente para não tocá-la por acidente.

O vento soprava mais forte agora, uivando pelas frestas entre os troncos, como se a floresta também tivesse seus próprios segredos a esconder. Um galho estalou ao longe, fazendo River manter os sentidos atentos por mais alguns minutos antes de, enfim, permitir que o cansaço o vencesse.