Na floresta, o trio corria pela mata fechada, saltando raízes altas e se encolhendo a cada barulho alto de explosão, a cada uivo de dor ou medo.
— Gente… Deusa, eu acho que…— Amber travou no lugar, as mãos no joelho, os olhos abertos demais enquanto olhava para trás, em direção a alcateia. — Será que…
Lua fechou os olhos e respirou fundo, agora tinha ainda mais certeza de que não deveria voltar, por isso, respirou fundo e tentou de alguma forma, sentir Caleb, seu cheiro, o vínculo que tinha certeza que tinham..
— Por ali.
— Corram o mais rápido que conseguirem, Lua, quando você achar que está bom, a gente para — Tailon calculou, automático, a voz tensa mesmo decidido, não conseguia evitar pensar em seu pai e sua mãe na alcateia. — Sem barulho, sigam o plano.
Eles voltaram a correr. Lyra, atrás, calculou, também; se precisasse, alcançaria em dois segundos, mas sabia que não precisava, não ainda. Olhou para trás, vendo o brilho das luzes do fogo da guerra, mas não voltou, apenas correu silenciosa na mesma direção que os trio foi.
De repente, o chão tremeu como se duas grandes coisas se chocassem uma com a outra, e foi realmente isso que aconteceu aquele tremor era o resultado da luta do Alfa-supremo e seu irmão esquecido no tempo, Atlas.
— Pai… — Lua apertou o peito, como se o gesto impedisse algo de quebrar. — Ele…
Atrás dele, Lyra mordeu o lábio, fechando os olhos e sentindo pelo vinculo uma dor estranha no coração de River era como uma peça que ela não sabia que existia, uma tristeza que fluia para ela, algo que nunca tinha sentido vindo dele e então, tudo se inflamou em ódio e, mesmo longe, conseguiu ouvir, ecoando em sua cabeça, a voz grotesca do supremo.
“Nunca… Ameace… Minha.. Família!”
***
Dentro da Lua Sangrenta, no olho da tempestade, duas sombras gigantes se encontraram.
Atlas avançou baixo, rápido demais para algo daquele tamanho, um borrão cinza com dentes. River ergueu o tronco e veio de cima, as garras abertas, o corpo todo pronto para o impacto. No último segundo, num movimento quase elegante, o Lobo Cinzento mostrou as patas dianteiras com garras longas encapadas em metal, um brilho estranho de prata escura que reflectiu a luz dos holofotes como faca, nesse momento, o focinho de River sentiu um cheiro incomum mas nã desconhecido.
Quando se chocaram, o mundo pareceu parar e finalmente Atlas teve a guerra que tanto almeja, mas daria um jeito de ganhar, mesmo que só hoje.
O impacto veio como trovão e poeira, River e Atlas se chocaram no meio do portão derrubado o chão engolindo marcas como se também fosse pele. Por um segundo, o mundo ficou só aquilo: dois monstros e a lua, todos os lobos parando para assistir qual lado sairia vencedor e quem seria subjugado.
Então, rápido demais para um corpo daquele tamanho, Atlas virou o pulso num arco limpo. As garras dele, longas, finas, recobertas por um brilho estranho de metal, rasgaram o ombro esquerdo do Lycan. Não foi um corte profundo; foi um arranhão certeiro, quase elegante, no lugar certo. River rosnou, o som grave o bastante para fazer o chão estremecer de leve, e avançou mais, cravando as próprias garras no flanco do inimigo.
O sangue espirrou quente, porém, Atlas não pareceu se importar a dor nunca foi um problema para ele assim como não era para River por anos, foram criados pelo mesmo pai rude e duro, mas enquanto River foi o salvador dos lobos, Atlas era o lobo cinzento que fora desprezado em virtude do brilho do irmão, mesmo que o mesmo não soubesse disso.
Dez passos atrás, soldados voltaram a se engalfinhar entre placas de metal retorcidas e flechas prateadas sulcando o ar como chuva.
As luzes de LED tremiam nas estruturas, uma delas oscilou e apagou, deixando a lateral do pátio na penumbra. Petra tentava puxar os feridos para a ala do hospital, mas, quando os lobos de Atlas perceberam isso, vários deles correram em direção a zona “segura” onde levavam os feridos prontos para destruir tudo. Solomon mordeu a traseira de um lobo cinza e o arremessou contra duas lanças apoiadas na muralha e a guerra recomeçou com toda força.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...