Lyra despertou com o som suave dos pássaros ao longe e uma brisa fria acariciando o rosto. Demorou alguns segundos para abrir os olhos por completo, como se ainda estivesse presa entre o sonho e a realidade. O corpo doía em pontos específicos, ombros, costas, pernas, mas, de forma estranha, a dor aguda que lhe queimava a pele na noite anterior havia desaparecido.
Respirou fundo, sentindo o ar úmido da floresta preencher seus pulmões. Estava quente, aconchegante.
Ela se mexeu levemente e, só então, percebeu o motivo daquele calor tão reconfortante.
Estava nos braços de River.
Os braços fortes dele estavam envoltos ao seu redor, um por baixo do pescoço e outro sobre sua cintura, como um escudo. Os dedos descansavam sobre sua costela, sem apertar, como se a segurasse com cuidado para não a assustar, mesmo inconsciente. As pernas dele estavam entrelaçadas às suas, os corpos alinhados como se tivessem sido moldados para se encaixar daquela forma.
O coração de Lyra acelerou imediatamente.
Ergueu o olhar devagar, com receio de acordá-lo, e seu rosto deu de cara com o pescoço dele. O cheiro dele estava ainda mais forte ali, amadeirado, masculino, quente. Ela inalou involuntariamente, sentindo aquele aroma atingir diretamente o fundo da garganta, provocando um arrepio involuntário na espinha.
Os olhos percorreram o maxilar firme, a barba por fazer, os cílios longos e as sobrancelhas relaxadas. River dormia profundamente, os traços serenos e o peito subindo e descendo em um ritmo constante, quase hipnótico.
Era estranho vê-lo assim.
Sem a expressão séria, sem a tensão nos ombros, sem os olhos desconfiados.
Era… bonito.
Lyra sentiu o estômago se revirar, uma mistura de pânico e algo que não queria nomear.
Ele a havia cuidado.
Protegido.
Abraçado durante a noite como se ela fosse importante.
Sabia que aquilo era instinto. Sabia que, se o que sentia fosse verdade, River estava protegendo sua companheira. Sabia que o calor entre eles podia ser apenas uma resposta física… mas então, por que se sentia tão exposta?
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