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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 14

Lyra despertou com o som suave dos pássaros ao longe e uma brisa fria acariciando o rosto. Demorou alguns segundos para abrir os olhos por completo, como se ainda estivesse presa entre o sonho e a realidade. O corpo doía em pontos específicos, ombros, costas, pernas, mas, de forma estranha, a dor aguda que lhe queimava a pele na noite anterior havia desaparecido.

Respirou fundo, sentindo o ar úmido da floresta preencher seus pulmões. Estava quente, aconchegante.

Ela se mexeu levemente e, só então, percebeu o motivo daquele calor tão reconfortante.

Estava nos braços de River.

Os braços fortes dele estavam envoltos ao seu redor, um por baixo do pescoço e outro sobre sua cintura, como um escudo. Os dedos descansavam sobre sua costela, sem apertar, como se a segurasse com cuidado para não a assustar, mesmo inconsciente. As pernas dele estavam entrelaçadas às suas, os corpos alinhados como se tivessem sido moldados para se encaixar daquela forma.

O coração de Lyra acelerou imediatamente.

Ergueu o olhar devagar, com receio de acordá-lo, e seu rosto deu de cara com o pescoço dele. O cheiro dele estava ainda mais forte ali, amadeirado, masculino, quente. Ela inalou involuntariamente, sentindo aquele aroma atingir diretamente o fundo da garganta, provocando um arrepio involuntário na espinha.

Os olhos percorreram o maxilar firme, a barba por fazer, os cílios longos e as sobrancelhas relaxadas. River dormia profundamente, os traços serenos e o peito subindo e descendo em um ritmo constante, quase hipnótico.

Era estranho vê-lo assim.

Sem a expressão séria, sem a tensão nos ombros, sem os olhos desconfiados.

Era… bonito.

Lyra sentiu o estômago se revirar, uma mistura de pânico e algo que não queria nomear.

Ele a havia cuidado.

Protegido.

Abraçado durante a noite como se ela fosse importante.

Sabia que aquilo era instinto. Sabia que, se o que sentia fosse verdade, River estava protegendo sua companheira. Sabia que o calor entre eles podia ser apenas uma resposta física… mas então, por que se sentia tão exposta?

— Lyra…?

A voz dele veio baixa, rouca de sono, mas claramente alerta.

River se ergueu rapidamente, os olhos escuros se abrindo de imediato, varrendo o entorno antes de pousarem nela. O cenho franziu ao vê-la ofegante, com o rosto pálido e os olhos arregalados.

Lyra estava em silêncio, observando-o de forma indecifrável, como se tentasse entender o que fazer com a enxurrada de sentimentos que a engolia por dentro. Mas logo desviou o olhar, fixando-se na lateral do próprio corpo, onde ainda havia a ferida coberta pela pasta esverdeada.

River se sentou no chão, coçando os olhos com as costas da mão, a voz saindo preguiçosa, arrastada pelo sono:

— Você teve febre… a noite inteira. — Bocejou, ajeitando o corpo para encarar melhor o que dizia. — Eu não sabia o que mais fazer, então usei umas ervas pra baixar a temperatura. Funcionou, aparentemente.

Ela não respondeu de imediato, só continuou olhando para a ferida com a testa levemente franzida.

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