A manhã amanheceu calma, o ar frio entrando pela entrada da grande caverna do Carion. Lua acordou primeiro, o cabelo branco bagunçado caindo sobre o rosto, o corpo coberto por um cobertor fino. Ao lado, no chão, Caleb dormia pesado, o corpo enorme encolhido como dava entre os cobertores improvisados.
Ela se virou, ainda sonolenta, e percebeu algo diferente. A respiração dele era mais leve, e sua pele já não estava tão coberta por pelos grossos e ossos saltando para fora. O coração de Lua acelerou.
Ela se sentou devagar e observou, as garras haviam sumido. O rosto, agora sereno, não tinha mais o focinho da fera, apenas feições fortes, conhecidas. O peito largo subia e descia devagar.
— Caleb... — ela sussurrou, aproximando-se. — Caleb, acorda.
Ele abriu os olhos, piscando algumas vezes até se acostumar à luz. O vermelho intenso tinha desaparecido; eram castanhos de novo, Humanos.
— Lua... — a voz dele saiu rouca, surpresa, mas não monstruosa como antes. — O que...
Ela apontou para as mãos dele.
— Olha!
Caleb levantou as mãos devagar, olhando os dedos, a pele limpa, sem garras.
— Eu... — Ele respirou fundo, como se tivesse medo que fosse um sonho. — Eu tô...
— Humano! — Lua completou, a voz subindo um tom, os olhos marejando de alegria.
Ele se levantou num salto, ainda meio trêmulo. Tocou o próprio rosto, o peito, os braços. Tudo nele era dele de novo, depois de muitos e muitos anos, talvez mais humano do que nunca fora. Um som leve escapou da garganta, um riso nervoso que virou um suspiro.
Lua o abraçou sem pensar.
— Eu sabia que ia acontecer! Sabia que a gente ia conseguir!.
Ele a envolveu nos braços, apertando com força, o rosto afundado no pescoço dela.
— Eu achei que nunca mais... — A voz falhou. — Nunca mais ia voltar a ser humano…
Lua ergueu o rosto e sorriu.
— Eu sonhei tanto com isso... com você assim...
Os dedos dele entraram por baixo da blusa dela, roçando a pele da cintura, subindo com lentidão. As garras dele estavam retraídas, mas o toque ainda era bruto, grande demais, intenso demais. O corpo inteiro de Lua tremia, entre o prazer, a adrenalina e o desejo explodindo pela primeira vez, depois de tanto tempo se contendo.
Caleb levou os lábios até o pescoço dela e mordeu de leve, arrastando a boca pela pele enquanto Lua apertava os quadris contra os dele, sentindo a ereção dele roçar onde ela mais precisava.
— Eu quero você... — ele sussurrou contra a pele dela, arfando. — Você é minha...
Lua gemeu em resposta, as mãos descendo para o peitoral dele tocando a pele quente, os músculos firmes que ela recém havia descoberto.
O beijo voltou, agora mais agressivo, mais desesperado, as línguas se encontrando num ritmo frenético. O calor deles enchia o lugar, o cheiro, o suor, a respiração pesada, tudo estava à beira de se transformar em algo mais.
E foi nesse exato momento que a porta se escancarou.
— Gente, vocês viram o... — Amber parou no meio da frase e soltou um gritinho. — AI MEU DEUS!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...