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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 147

A primeira coisa que Lua sentiu foi o vento, frio, denso, cortando o ar como se viesse de outro mundo.

Quando abriu os olhos, o chão sob ela não era mais o piso irregular da toca das raposas, era pedra, pedra escura, fria. O cheiro do lugar era familiar, terra molhada, ferro, fumaça. Ela conhecia aquele cheiro, era a Lua Sangrenta.

Era sua casa.

Mas algo estava errado.

O céu estava encoberto, não pela noite, e sim por uma sombra viva. A lua, sua lua, estava completamente coberta, um eclipse total tingindo tudo de vermelho, e a floresta parecia respirar em silêncio, o ar pesado, parado, até que então veio o som, um uivo, não um uivo qualquer, era profundo, arrastado.

Lua se virou, o coração acelerando. Lá estava ele, de pé no centro do campo, o corpo erguido, a cabeça voltada para o céu. Atlas, em sua forma de lobo, uivava com uma força que parecia rasgar o ar, o som atravessando o vale, ecoando pelas árvores. Algo nele era errado, o uivo vibrava com poder.

— Não… — Lua sussurrou, com a voz falhando.

Do outro lado do campo, ela viu o pai ajoelhado, as mãos na cabeça, gemendo de dor, o corpo dele tremia e a respiração estava presa entre dentes. Lyra corria até ele, desesperada.

— River! — gritou. — Para, amor! Para!

Mas o Alfa Supremo não respondia, apenas rugia, o som saía do peito dele como um trovão. O uivo de Atlas se espalhou mais uma vez, e algo dentro de River pareceu quebrar, ele arqueou o corpo e uivou também, um som selvagem, ensurdecedor.

Os olhos dourados dele se tornaram completamente negros.

— Pai… — Lua sussurrou, dando um passo à frente. — Não...

Lyra tentou segurá-lo, mas River já não era ele mesmo, o corpo se distorcendo, os ossos estalando sob a pele e em segundos, o Alfa Supremo estava ali, uma fera escura, imensa, mas diferente, não havia controle nos olhos dele, só instinto e apenas fúria.

Solomon tentou intervir, mas River saltou sobre ele num movimento rápido demais e o impacto fez o chão tremer. Os dois rolaram pela terra, rugindo e se debatendo. Solomon tentou recuar, mas River o agarrou pelo ombro e o mordeu, o sangue jorrando.

— River! — Lyra gritou, com os olhos cheios de lágrimas. — Sou eu! Sou eu!

Mas ele não ouvia.

Lua tentou correr até eles, mas uma força invisível a puxou de volta. O ar ficou pesado, a pressão em volta dela aumentou tanto que ela não conseguia respirar.

— O que é isso...? — Ela olhou para o chão, a terra parecia viva, pulsando com o som do uivo.

Atlas abaixou o rosto, abrindo um sorriso lento e cruel.

— Está vendo, pequena oráculo? O dom dele sempre foi uma maldição.

Ela tentou se soltar, gritando, mas o braço dele a segurou firme.

— Não! Me solta!

— Shhh... — ele sussurrou perto do ouvido dela. — Vai ser rápido.

Tudo começou a girar, as luzes se misturaram, os sons se apagaram e a última coisa que Lua viu foi o corpo de Caleb no chão e o pai uivando, enlouquecido, enquanto tudo se mergulhava na escuridão.

***

— Lua! — A voz de Renee a puxou de volta.

Lua abriu os olhos num salto, o corpo arqueado, o coração disparado, sentindo que estava de volta. O teto da toca das raposas estava acima dela, o som de vozes e passos ao redor, enquanto Amber, Caleb e Tailon estavam ajoelhados perto dela.

— Lua, fala comigo! — Amber segurou a mão dela. — O que foi isso?

Lua ainda respirava rápido, o corpo suando frio.

— Ele vai conseguir… — murmurou, quase sem voz. — O uivo... o uivo de comando vai funcionar.

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