O vento cortava como navalhas no vazio da Terra de Ninguém.
Cinco soldados avançavam para dentro da caverna e, lá, encontraram os corpos destroçados dos renegados e sangue, muito sangue. Seguiram a trilha deixada pelo cheiro do sangue da omega que fora abandonada há alguns metros dali a sua própria sorte.
— Aqui foi onde disseram que encontraram os rastros dela pela última vez — disse um dos soldados, agachando-se ao lado do que restava de uma carcaça parcialmente devorada. — Mas não tem corpo de fêmea aqui.
Outro se aproximou, examinando as marcas no chão com os dedos.
— Aqui — um outro disse, se agachando onde haviam restos de uma antiga fogueira. — Ela não estava sozinha.
— Alguém a salvou — concluiu o mais velho entre eles, com a expressão fechada. — Essa maldita ômega escapou.
Eles trocaram olhares silenciosos, nenhum ousava dizer em voz alta o que aquilo significava.
Quando retornaram ao território da alcateia, o clima tenso era quase palpável. O portão se fechou atrás deles com um rangido alto, e cada passo em direção à fortaleza de pedra do clã era como carregar chumbo nos ombros. Nenhum deles queria ser o mensageiro daquilo.
Mesmo assim, sabiam que não havia escolha.
Kael os esperava no escritório, de pé diante da janela de vidro fosco, com os punhos cerrados nas costas. A voz dele soou antes mesmo que qualquer um ousasse falar.
— Encontraram o corpo?
O silêncio foi a primeira resposta.
Um deles, o mais corajoso, ou idiota, deu um passo à frente. Também estava presente na noite em que torturaram a omega, foi um dos que ajudou a quebrá-la.
— Não, Alfa. Encontramos apenas os cadáveres dos renegados que a perseguiram… todos despedaçados. Mas não havia sinal do corpo dela. Nenhum cheiro de sangue novo… Parece que alguém a ajudou a sobreviver.
Kael se virou lentamente, o maxilar trincado.
— Você está me dizendo que aquela maldita está viva e ainda recebendo ajuda?
— Tudo indica que sim, senhor — o soldado respondeu, engolindo em seco.
A mão de Kael se fechou em um punho tão forte que os nós dos dedos ficaram brancos.
Kael se virou lentamente, os olhos negros faiscando.
— Então você vai me ajudar a garantir que ela nunca mais atrapalhe.
Camilla se aproximou, cautelosa, os saltos dos sapatos batendo no chão de mármore.
— O que quer que eu faça?
Kael não respondeu de imediato. Caminhou até a escrivaninha e pegou um pergaminho enrolado. Abriu-o, revelando os símbolos da união, a cerimônia tradicional dos alfas. Assinou o próprio nome com tinta negra.
— Vamos antecipar nosso casamento — anunciou, sem levantar os olhos. — Daqui a três dias, você será minha fêmea marcada.
Camilla prendeu a respiração.
— Três dias?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...