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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 152

A chuva caía fina sobre os telhados da Lua Sangrenta, arrastando o cheiro metálico das armas recém-limpas e o som distante dos passos apressados dos guardas. Dentro do casarão principal, Petra e Solomon estavam sentados à mesa, cercados por mapas, relatórios e copos de café intocados.

O clima entre eles era tenso, mais do que o habitual.

— Não gosto disso, Petra. — Solomon quebrou o silêncio, a voz rouca. — A Lyra devia ter voltado ontem.

Petra não respondeu de imediato, segurava uma caneta entre os dedos, girando-a com impaciência, os olhos fixos no papel à frente, mas sem realmente ler nada.

— Ela mandou confiarmos nela. — Disse, enfim, a voz calma, mas firme.

— E você acha que isso faz sentido? — Ele bufou, descrente. — O River vai descobrir de qualquer jeito.

— Vai, mas não agora.

— Ela é a Luna, mas... — Ele parou, passando a mão pelos cabelos grisalhos. — Não dá pra esconder algo assim, se ela estiver em perigo, se for Atlas…

Petra levantou o olhar, e o tom sereno dela mudou para algo mais cortante.

— A Lyra sabe o que está fazendo, ela sempre sabe, precisamos confiar nela, Solomon. .

Solomon riu sem humor.

— Você fala isso como se ela fosse imortal.

— Não é imortal. — Petra respondeu, firme. — Mas é inteligente, e se mandou que nos concentramos em Lua, é porque vai cuidar de si mesma.

O beta ficou em silêncio por alguns segundos, observando o rosto da mulher à sua frente. Petra era calma, mas o olhar denunciava preocupação, ainda assim, ela não fraquejava, nem mesmo agora.

— Tá bem. — suspirou, derrotado. — Vamos esconder... por enquanto, mas se as coisas saírem do controle, eu conto tudo.

— Feito. — Ela assentiu. — Mas confia nela, ela é nossa Luna, não vai morrer assim, vamos focar em proteger Lua, era o que ela queria. .

Ele assentiu, mas o aperto no peito não diminuiu.

***

No outro lado da alcateia, River estava no pátio principal, com o rádio na mão e o olhar fixo na mata escura à frente. estava exausto de não conseguir fazer nada se sentia inútil, principalmente por saber que seu corpo precisava daquele momento de descanso.

Um arrepio atravessou o corpo dele, de repente, o ar pareceu rarefeito, o vínculo com Lyra queimou dentro dele, uma dor aguda, seca, que fez o corpo inteiro estremecer.

— Lyra... — murmurou, levando a mão ao peito.

A dor veio de novo, junto com uma onda de raiva, um ódio tão forte que ele sequer sabia que sua companheira era capaz de sentir. Ele cambaleou um passo para trás, os olhos ficando vermelhos, o lobo tentando emergir sob a pele.

— Alfa? — um soldado se aproximou, assustado. — Tá tudo bem?

River virou-se, os olhos brilhando como brasas.

— Cadê ela?

— Q-quem? — o soldado gaguejou.

— A Lyra! — Ele rugiu, a voz reverberando pelos muros de pedra. — CADÊ A MINHA COMPANHEIRA?!

O soldado recuou, apavorado, outros lobos surgiram ao redor, prontos para ajudar, mas ninguém teve coragem de se aproximar.

— Vão procurar, agora!

O grito fez todos começarem a se mover, e cada soldado se espalhou numa direção oposta olhando dentro das casas, dos quartos da mansão, debaixo de cada pedra e até no limite da vila das bruxas. Nada… Era como se a luna tivesse virado poeira e sido levada pelo vento, não havia sinal dela.

River já estava no limite, o peito arfava, o cheiro de raiva impregnava o ar.

Solomon apareceu, ofegante, depois de ver alguns soldados correndo de um lado para o outro desesperados.

— River!

River rugiu e o jogou no chão.

— Incompetente!

O soldado caiu, tossindo, todos os outros observavam, tensos, sem ousar interferir.

Solomon interveio, colocando-se entre eles.

— River! Chega!

— Sai da minha frente! — o alfa gritou.

Os dois pareciam prestes a saltarem um sobre o outro, prestes a se enfrentar ali mesmo, numa luta que com certeza terminaria de rachar as defesas já fragilizadas da alcateia com o sumiço da luna. Mas antes que isso acontecesse uma voz suave ecoou pelo jardim central.

— Pai!

A voz o atingiu como uma explosão.

Ele se virou imediatamente, o coração disparando.

Lua estava parada na entrada do pátio, com os cabelos molhados pela chuva, o rosto pálido e os olhos marejados. Atrás dela, Caleb, Amber, Tailon e os outros apareciam, exaustos da viagem.

Por um momento, River não conseguiu se mover. Só olhou para a filha, incrédulo.

Lua correu até ele, e o abraço aconteceu antes de qualquer palavra.

Ele a segurou com força, respirando o cheiro dela, o coração disparado.

O alívio foi tão intenso que quase doeu.

— Você voltou... — ele sussurrou, a voz rouca. — Minha filha...

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