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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 165

Enquanto isso, a poucos metros dali, o cheiro de sangue e álcool medicinal dominava a enfermaria.

As macas estavam alinhadas, entre os feridos, alguns corpos imóveis que infelizmente perderam a vida em batalha. O som das curandeiras se misturava aos murmúrios das enfermeiras: orações, ordens, suspiros cansados.

No centro, Caleb.

Ele se debatia, o corpo arqueando de dor enquanto duas enfermeiras e Tommy tentavam segurá-lo. O peito dele subia e descia num ritmo descompassado, o suor escorrendo pela têmpora.

— Segura firme! — gritou uma das curandeiras. — Se ele arrancar os pontos, vai sangrar até morrer!

Tommy pressionou o ombro do rapaz com força, o braço tremendo.

— Caleb! — chamou. — Me escuta, garoto!

Mas o olhar dele estava distante, fixo em algo que só ele via.

— Lua… — murmurava, ofegante. — Lua… não…

A voz quebrava, ele se debatia mais, as enfermeiras gritaram outra vez.

Tommy olhou para o lado, onde uma das curandeiras preparava uma infusão verde.

— O que é isso?

— É um tranquilizante — respondeu ela, rápida. — Vai deixar ele sem dor por algumas horas, mas não faz milagre..

— Faz logo! — ordenou.

A mulher enfiou a agulha na veia do rapaz, que gemeu alto antes de ceder. O corpo dele relaxou, o peito ainda subindo e descendo rápido, mas sem lutar ou sofrer.

O alfa da ventos sombrios respirou fundo, passando uma das mãos nos cabelos, sua testa sangrava com um corte profundo, mas ele não se importava com sua dor queria salvar o filho.

— Ele vai viver? — perguntou, com a voz rouca.

A curandeira o encarou, hesitante.

— Não sei. — respondeu. — O corpo quer lutar, mas a alma está cansada, ele viu sua companheira ser levada…

Tommy ficou em silêncio. Observou o rapaz um instante, o peito enfaixado, o pescoço roxo. A lembrança do campo de batalha lhe atravessou como um fantasma, o rugido do Supremo, a ordem de Atlas, o som da carne se rasgando.

— Ele vai viver. — murmurou, mais pra si mesmo do que pra ela. — Ele tem por quem viver.

***

Na cabana, Lua andava em círculos, os pés descalços raspando no chão de madeira.

— Não podemos ficar parados! — dizia, agitada. — Renee está nas mãos dele! E meu pai… — parou, olhando para a mãe — se Atlas o controla, então ele vai usá-lo contra nós. Contra mim.

Lyra permaneceu sentada, observando a filha. Petra encostada na parede, braços cruzados, olhava sem dizer nada.

— Eu sei — disse Lyra, enfim. — E é por isso que vamos planejar.

Lua riu sem humor.

— Planejar? Enquanto ele mata? Mãe, ele tem o papai!

— E eu tenho você. — respondeu Lyra, levantando-se. — E enquanto eu tiver você, Atlas não venceu.

O olhar das duas se encontrou, o mesmo brilho prateado, o mesmo traço de teimosia. A mais nova parecia prestes a correr mata a fora numa missão suicida, mas os olhos não da mãe, mas da Luna, brilharam com uma ordem impossível de ignorar.

— Senta. — ordenou Lyra.

Lua obedeceu, contrariada, respirando fundo.

Petra se aproximou, estendendo uma caneca com um líquido fumegante.

— Bebe. Vai ajudar com a febre.

Lua pegou, sem olhar, e tomou um gole. Tossiu forte, a garganta queimando.

— Credo, o que é isso?

— É um chá para ressaca. — respondeu a bruxa. — Vai ajudar com a dor de cabeça.

Os outros estavam amontoados na pequena sala, espalhados pelo chão. Havia um clima de falsa vitória no ar, afinal, mesmo que Lua estivesse ali, perderam o supremo e River era uma força grande demais para se combater.

— E se não houver mais o que salvar? — Solaris perguntou, erguendo os olhos, preocupada.

Capítulo 165: Juntando os pedaços 1

Capítulo 165: Juntando os pedaços 2

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