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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 168

Do lado de fora, a manhã era fria e cinza. A neblina vinha do lago e cobria as copas das árvores, escondendo as montanhas ao longe. O som da cachoeira era o único ruído constante, como se fosse uma melodia, igual à que Lyra lembrava de ouvir quando era mais jovem, quando ainda estava tentando confiar no home que hoje era sua vida seu amor.

Ela caminhou devagar até a beira da água, a barra da calça jeans arrastando na grama, sujando de terra. Os cabelos estavam soltos, o rosto sem expressão, tinha passado a noite acordada, observando o céu, tentando encontrar um sinal, um presságio, qualquer coisa que dissesse que River ainda existia.

Mas tudo o que encontrou foi silêncio.

O lago era o mesmo de antes.

O mesmo em que ela e River vinham quando ainda não tinham Lua, quando o maior problema deles era um bando de velhos que odiavam River e o queriam morto… Quem imaginaria que haveria um problema maior que aquele?

Lembrava-se dele rindo, com os pés na água, o sorriso de canto e os olhos acesos.

Foi ali que prometeram se encontrar, não importava o que acontecesse, foi ali que ela se apaixonou pelo homem que agora estava preso como um bicho.

Lyra se ajoelhou na margem, as mãos trêmulas tocando a superfície gelada. A água devolveu o reflexo dela, pálido, exausto, quebrado.

— Você sempre odiou me ver chorar — murmurou, e as lágrimas vieram de qualquer forma, grossas, junto a soluços que jogavam para fora uma dor que ela estava cansada de esconder.

Fechou os olhos. O som da água se confundia com o das lembranças.

— Me ouve… — pediu, baixo. — River, se ainda está aí… se consegue me escutar… responde… Por favor, meu amor…

O vínculo entre eles era uma corda invisível, amarrada na alma. Um laço que nem o tempo, nem a morte deviam cortar. Ela fechou os punhos sobre o peito, tentando senti-lo.

Um lampejo. Uma dor cortante atravessou o corpo dela e Lyra arfou, as costas se arqueando.

O coração dela reagiu antes da mente entender. Dor. Tanta dor.

Mas não era dela. Era dele.

Imagens turvas cruzaram a mente dela, correntes, fumaça, o cheiro de prata quebrando a carne. Ela viu soldados rindo jogando ossos contra o enorme Lycan, viu Atlas de braços abertos o sorriso vitorioso, gritando que o supremo agora era seu cão, fazendo River sentar rolar, como um cachorrinho adestrado, e seu coração se partiu em mil pedaços quando ele onedeceu sem pestanejar.

“Digam que agora o supremo é o cãozinho do rei!”

“Vamos ver se ele sabe obedecer!”

E uma presença enorme, sufocante, vinda de dentro daquele caos, com uma fúria que parecia fazer Lyra e todo seu amor parecerem pequenos demais.

“River!” gritou, na mente e com a voz. “Me escuta! Sou eu! Amor, por favor! Esse não é você! Você não pertence a ele!”

Nada.

A resposta veio como um soco de vazio.

Capítulo 168: Me dê uma chance 1

Capítulo 168: Me dê uma chance 2

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