Enquanto isso, no salão principal, Atlas ria.
A mesa diante dele estava coberta de taças, carne e tudo o que ele adorava comer, os guerreiros enchiam o espaço com gargalhadas e gritos de vitória.
O trono dele, uma monstruosidade feita de ossos e ferro, brilhava sob a luz das tochas. Não havia nenhuma tecnologia humana ali, Atlas vivia como nos tempos antigos, nos tempos de seu pai e avô, quando os lobos não usavam nada dos humanos.
O ar era espesso, pesado, um perfume de conquista e podridão.
Atlas bebeu de um gole o conteúdo da taça e jogou-a no chão.
— Vocês viram o que eu fiz — disse, a voz alta e rouca. — Nenhum rei, nenhum alfa, nenhum deus me superou. O Supremo é meu escravo, e a oráculo, minha companheira.
Os homens rugiram, batendo os punhos na mesa.
— Ao novo rei das montanhas! — gritaram. — Ao sangue do Supremo!
Atlas se ergueu, o colar pulsando forte contra a pele, mas o sorriso dele murchou por um instante. Uma pontada atravessou seu peito, rápida e profunda.
Ele engoliu em seco, disfarçando, apoiou a mão sobre o colar e sentiu. Sob a pele, veias negras começavam a se desenhar, subindo pelo pescoço como raízes de veneno. A pele naquela região estava sensível e febril, e embaixo da pedra haviam bolhas, como se o poder queimasse.
Ele ergueu a gola da camisa, escondendo.
— O preço da vitória. — murmurou para si, voltando a rir. — Todo poder exige sangue.
Mas o riso soou diferente, mais rouco, mais oco.
O ancião da alcateia, um velho de olhos brancos e voz pastosa, se aproximou.
— O colar… consome — disse, com cautela. — Já vi isso antes, rei, poder roubado cobra seu preço…
Atlas virou o rosto devagar, um sorriso ameaçador.
— E o preço vale o império. — respondeu, baixo. — Cuide do ritual da marca e pare de se meter onde não é chamado, velhote.
O velho se curvou, submisso.
***
Minutos depois, o salão do trono foi reorganizado.
Tochas acesas ao longo das colunas, incensos queimando, e um círculo de símbolos antigos gravados no chão, sangue e prata. Os convidados, guerreiros, anciãos e matriarcas, tomaram seus lugares, formando uma muralha viva em volta do trono.
Atlas estava sentado no centro, o olhar fixo na entrada.
A música dos tambores começou, lenta, grave, como o coração de um monstro, o som dos passos ecoou pelos corredores. As mulheres apareceram, puxando Renee pelas correntes. Ela cambaleava, mas mantinha o queixo erguido, o vestido prateado reluzindo sob a luz das tochas, os cabelos brancos sprados pelo vento que entrava pelas janelas. .



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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...