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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 17

O som dos passos na terra seca era abafado pela densidade do ar. A floresta naquela parte da terra de ninguém parecia mais silenciosa do que o normal, as folhas mal se mexiam, como se o próprio vento tivesse medo de atravessar os galhos retorcidos. A estrada principal estava longe, os sons dos humanos sequer chegavam ali, a mata era pura aquele era o mundo dos lobos, e de muitas coisas mais.

— Estamos longe da cidade, mas as montanhas estão logo ali… É o território dos caçadores — disse Lyra, parando bruscamente ao farejar o vento. — Não gosto disso.

River, que caminhava alguns passos atrás, ergueu o olhar, observando as árvores ao redor, até os animais estavam em silêncio. Os pelos da nuca do supremo se ergueram, denunciando o perigo.

— É só por hoje — respondeu ele, com a voz baixa. — Amanhã podemos subir para o norte e evitar esse território. O outro caminho estava tomado por renegados, lembra?

E realmente estava. Mais cedo, precisaram desviar do caminho para não serem atacados por um grupo grande de renegados, e isso os levou até ali, o território que Lyra mais queria evitar.

A omega olhou para ele com expressão tensa. Seu rosto, marcado pela exaustão dos últimos dias, ainda mantinha aquele ar altivo e desconfiado que River começava a conhecer bem demais.

— Mesmo assim — ela rebateu — aqui é território de caçadores. Não sei se ainda estão na ativa, mas é arriscado demais somos só nós dois, não gosto de subestimar o perigo, não sou tão forte pra me dar ao luxo de fazer isso.

— Não estou subestimando o perigo — River disse, parando ao lado dela. — Mas agora você não está sozinha, vou te proteger.

Ela virou o rosto bruscamente, franzindo o cenho.

— Quando foi que pedi sua proteção?

— Só estou tentando ajudar — disse ele, num tom calmo. — Nós estamos juntos nisso.

— Não estamos — rebateu, dura. — Temos um acordo, só isso, você me ajuda a me vingar, e depois cada um segue seu caminho. Não me confunda com alguma fêmea indefesa esperando por um herói.

River ficou em silêncio por um momento, encarando-a com um leve sorriso no canto dos lábios. Já estava acostumado as alfinetadas dela.

— Tudo bem. Você não precisa de um herói, já entendi — respondeu, tranquilo. — Mas isso não muda o fato de que eu gosto de andar ao seu lado. Mesmo quando você tenta me afastar com todas as forças.

Eles seguiram pela trilha improvisada, desviando dos galhos baixos, correndo contra o tempo. Os trovões começaram a ficar ainda mais altos, como se a própria terra estivesse se preparando para rugir.

Foi então que uma luz tênue, fina e avermelhada cortou a escuridão.

Lyra parou bruscamente.

— River...

Mais feixes vermelhos apareceram, mirando direto neles.

Eram mira-lasers.

— Caçadores! — gritou ela, segundos antes do disparo.

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