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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 174

O calabouço estava mais frio naquela noite.

Mais úmido.

Mais degradante.

Como se as pedras tivessem absorvido toda a maldade de Atlas e agora a devolvessem em ondas, junto ao cheiro de sangue velho e prata queimando a pele.

Renee estava jogada no chão, a respiração curta, o corpo curvado sobre si mesma. O sangue escorria pela boca, gotejava em silêncio no piso de pedra. As correntes puxavam seus pulsos cada vez que ela tremia.

Ela não queria chorar, não queria dar a ele esse prazer, mas as lágrimas caíam assim mesmo, silenciosas, quentes, salgadas, um fio teimoso manchando a sujeira que cobria suas bochechas.

Atlas estava diante dela.

Respirava como um animal ferido, suava, pálido, com as veias escuras subindo pelo pescoço como raízes de podridão, cada vez maiores.

A cada golpe que ele dava nela, o corpo dele reagia, devolvendo a mesma dor, a mesma queimadura, a mesma agonia.

Mas ele continuava.

Porque a dor era preferível à verdade.

Ele havia sido enganado.

Manipulado.

Ridicularizado.

E agora precisava provar para si mesmo, e para sua alcatéia, que ainda tinha controle.

— Você achou que podia me vencer… — Atlas murmurou, a voz rouca enquanto chutava o estômago dela mais uma vez. — Achou que podia brincar comigo. Comigo?!

A pontada veio imediatamente, ele caiu de lado por um segundo, apoiado na parede, a mão apertando o próprio abdômen onde a dor reverberava como uma lâmina quente.

Renee cuspiu sangue no chão e ergueu a cabeça devagar, os olhos semicerrados.

— Não só achei... — sussurrou. — Como consegui, seu idiota.

Atlas grunhiu, os olhos ficando ainda mais vermelhos, como se estivessem prestes a explodir.

— Cala a boca.

Ele a puxou pelos cabelos, os fios ruivos se enroscaram em seus dedos, e ela soltou um gemido baixo, o corpo arqueando.

E então a dor voltou para ele, forte, lancinante, quase insuportável.

Ele cambaleou, mas se endireitou com pura teimosia, os dentes cerrados, o suor escorrendo pelo pescoço.

— Você acha — ele continuou, a voz rouca — que essa sua maldita coragem vai salvar alguém? Acha que porque ganhou um pouco de tempo, vai salvar a oráculo?

Renee respirava com dificuldade.

Mas ainda sorria. O sorriso dela era pequeno, quebrado, mas estava ali.

— Sim, não só acho — disse. — Tenho certeza que vai.

Atlas apertou o maxilar, os dedos começaram a tremer.

Ele ergueu Renee mais uma vez e a jogou contra a parede. O impacto ecoou pelo calabouço, fazendo poeira cair do teto.

E então veio o grito.

Não dela.

Capítulo 174: A Dor do caçador 1

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