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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 175

A consciência voltou como uma marreta esmagando a cabeça dele. Atlas abriu os olhos, a luz o cegou por um segundo, o teto do quarto pareceu se mover, girando como se estivesse prestes a desabar, ele piscou devagar, tentando estabilizar a própria visão.

O mundo só parou quando ele inspirou.

E a dor veio junto.

Um choque queimando cada músculo, cada tendão, cada osso. Era como se todo o corpo tivesse sido mastigado, cuspido e jogado de volta na cama. Ele tentou erguer a mão e sentiu um tremor violento percorrendo o braço até o ombro.

As veias escuras ao redor do colar latejaram, vivas, serpenteando sob a pele.

Mas nada disso importava.

Havia um vazio mais profundo, mais frio, mais violento do que a dor. Um silêncio interno onde antes algo respirava, onde onde havia um eco mínimo, irritante, mas constante.

Agora não restou nada.

Renee estava morta.

A frase atravessou a mente dele com tanta clareza que Atlas prendeu a respiração.

Sim.

Ele sentia.

Não havia mais eco.

Não havia mais respiração dupla.

Não havia a irritação constante de dividir uma ligação com uma criatura que ele desprezava.

O vínculo tinha se partido, mas antes de partir, ela o tinha esmagado, derrubado e estraçalhad tudo dentro dele como uma onda que leva qualquer coisa que estivesse na frente.

E ele sentia a dor da morte dela…

Atlas inspirou fundo, o tórax ainda doendo, e passou a mão pelo próprio rosto, sentindo o suor frio. Ele se empurrou para sentar, mas o corpo resistiu, o mundo girou, o estômago se retorceu e a cabeça latejou.

Ele não ligou.

Forçou o próprio corpo para ficar de pé.

Quando tentou dar o primeiro passo, quase caiu. Os joelhos não obedeceram, a vista escureceu nas bordas, um som abafado zunia na cabeça.

Mas ele se manteve de pé, como sempre fazia. O rei das montanhas arrastou os pés em direção a saida, tentando chegar à porta se apoiando nas paredes, mas a porta do quarto se abriu antes que ele chegasse nela.

Dois guardas entraram correndo, ofegantes.

— Meu rei! — o primeiro disse, ofegante. — O senhor acordou! O curandeiro ordenou que…

— Saiam da minha frente. — Atlas murmurou, tão baixo que quase não foi ouvido na primeira vez.

O segundo guardou a arma, nervoso.

— Mas, senhor, você desmaiou, seu corpo ainda…

O alfa levantou o rosto devagar.

Os olhos brilhantes prenderam os dois soldados que abaixaram a cabeça, com medo de retrucar e acabarem perdendo a vida pela smãos do rei.

— Saiam da minha frente. — repetiu, a voz mais alta. — Ou eu vou arrancar as cabeças de vocês aqui mesmo.

Os guardas hesitaram por meio segundo, mas sairam do caminho e, só então, Atlas avançou.

Os corredores estavam silenciosos, mais silenciosos do que deveriam, criados e soldados desviavam o olhar quando ele passava, afastando-se das paredes para lhe dar espaço, o medo estampado no rosto de cada um.

A dor continuava pulsando, as veias negras queimavam, o colar brilhava sozinho, vivo demais, faminto demais.

Mas Atlas não parou.

Ele desceu as escadas do castelo, passo por passo, cada movimento um esforço. Quando chegou aos corredores inferiores, o cheiro mudou, menos incenso, mais ferrugem, sangue, mofo.

O calabouço estava quase ali, a ala onde se guardava monstros e torturavam-se prisioneiros. Ele passou pelas primeiras portas de ferro, onde prisioneiros comuns tremiam ao vê-lo. Alguns se arrastavam para o canto da cela, outros tentavam esconder o rosto. Era sempre assim, sempre fora assim.

Mas lá no fundo.

No final do corredor escuro.

Era onde estava o verdadeiro interesse do rei das montanhas.

Duas sentinelas estavam ali, tensas, e quando viram Atlas, abriram mais os olhos, as mãos tremendo ao erguerem as lanças.

— S-Senhor… — um deles gaguejou. — O curandeiro disse que você precisava repousar…

Atlas passou entre eles sem parar, fazendo os soldados se afastarem sem questionar mesmo que o encarassem com medo.

A porta daquela parte do calabouço, a cela reforçada, feita para conter o que nada mais podia conter, estava escura. As tochas iluminavam o corredor, mas a sombra ali parecia mais densa, mais pesada.

Capítulo 175: Ela vai pagar 1

Capítulo 175: Ela vai pagar 2

Capítulo 175: Ela vai pagar 3

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