Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 18

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As feridas começaram a reagir imediatamente. A carne borbulhava, fechando-se devagar. Não como num passe de mágica, mas como se o próprio corpo de River estivesse lutando com tudo que tinha para sobreviver.

Quando o pior passou, Colin limpou as mãos e sentou-se ao lado.

Lyra estava agachada ao lado de River, o corpo dele ainda envolto em suor, a respiração irregular. As feridas estavam fechando devagar, mas o cheiro da prata ainda impregnava o ar, junto com a erva amarga que ela acabara de esfregar sobre as cicatrizes.

— Ele vai ficar bem? — murmurou Lyra, mais para si do que para as outras.

— Vai — respondeu Colin, sentando-se ao lado com um pano limpo. — A febre é reação da prata, mas seu corpo está lutando. Ele é forte, nunca vi um lycan resistir tanto, não a tanta prata…

River gemeu baixinho, o rosto contraído em dor. Lyra segurou sua mão com força, os olhos fixos no dele.

— Não me deixa... — ele murmurou entre dentes trêmulos. — Lyra...

Ela inclinou-se, encostando a testa na dele, os olhos marejados.

— Estou aqui, não vou sair do seu lado.

— Quero proteger você... — sussurrou ele, a voz entrecortada pela febre, não estava consciente, não totalmente. — Quero ficar com você... pra sempre...

Lyra sentiu o coração apertar, as palavras dele soavam como promessas jogadas ao vento, frágeis e desesperadas, mas ali, naquele momento, pareciam carregar um peso que ela não conseguia ignorar.

Ela limpou o suor da testa dele e ajeitou os panos ao redor do corpo quase nu. Os músculos tremiam, os olhos se moviam sob as pálpebras fechadas. Ele estava lutando. Por ela.

A loira tirou o manto que estava sobre seus ombros, não se importando com o frio, cobrindo River com cuidado e o deixando um pouco mais perto da fogueira que a garota mais nova havia acendido.

Mais tarde, quando o coelho já assava lentamente sobre o fogo e o cheiro da carne começava a preencher a caverna, Colin se aproximou e se sentou ao lado de Lyra, oferecendo um pedaço de fruta seca.

— Ele falou com você mesmo estando inconsciente — disse com um sorriso gentil. — Isso é raro. Ele te sente. Te reconhece.

Lyra não respondeu de imediato. Continuava alisando os cabelos molhados de River com delicadeza.

— Você tem muita sorte — continuou Colin. — Um companheiro assim... devotado, leal. — Ela fez uma pausa. — Mas... por que ele ainda não te marcou?

Lyra hesitou. O peito apertou e o ar pareceu mais denso, então, respirando fundo, puxou a barra da blusa e ergueu até o meio do abdômen. A marca estava ali, uma cicatriz leve em forma de meia-lua na lateral das costelas. A marca da rejeição de Kael.

Colin não disse nada de imediato. Apenas a encarou em silêncio, mas Lyra sentiu. A onda de dor, pena e... compreensão. A emoção que não era dela, mas que bateu forte em seu coração.

E então Colin desviou o olhar e, devagar, puxou a gola da blusa para o lado. Bem no centro do peito, acima do coração, havia uma marca igual. Mais cicatrizada, mas ainda presente e bem visível na pele delicada..