Amber estava encostada na parede externa da casa, tentando não tremer. Ela respirava fundo, olhando as mãos tremendo levemente, não de medo, mas de expectativa, do peso da responsabilidade que caía sob as costas dela, de todos.
Ao longe, via Tommy, seu pai, treinando alguns guerreiros e ditando ordens sabia que talvez não o visse mais, mas estava orgulhosa dele e sabia que sua mãe também estaria. Desde a partida de Camila, ele passara os dias sofrendo, e agora tinha um motivo para lutar e não apenas esperar o tempo passar sem seu grande amor, estava vivo de novo e Amber percebia isso.
Estava tão concentrada observando-o que mal notou quando Tailon se aproximou.
Ele não disse nada no início, apenas pegou as mãos dela e as segurou com firmeza, como se as ancorasse de volta à terra. Amber levantou o rosto, os olhos marejados, Tailon sorriu de forma pequena, triste e bonita ao mesmo tempo.
— Acho que a sua mãe teria orgulho de você — ele disse, com a voz profunda.
Amber soltou o ar, quase como um soluço, e antes que pudesse responder, Tailon a puxou para um abraço, um abraço apertado, forte, do tipo que diz “você não está sozinha”.
Ela escondeu o rosto no peito dele, respirando o cheiro dele, que sempre a deixava mais calma. A situação deles era estranha, claramente não eram os companheiros destinados um do outro, mas aquilo não importava, se amavam, seria o suficiente, tinha que ser, não é?
Quando ela ergueu o rosto, ele apoiou a testa na dela.
— Vamos dar tudo o que temos nessa luta — ele murmurou.
— Vamos — Amber confirmou. — Mas não me peça para ficar para trás, vou lutar ao seu lado.
Tailon fechou os olhos por um segundo, como se aquilo doesse e confortasse ao mesmo tempo.
— Eu tenho medo de te perder.
— Eu também tenho medo de te perder — respondeu. — Mas prefiro morrer ao seu lado do que viver sabendo que você lutou sozinho.
Ele sorriu, aquele sorriso triste e corajoso que só guerreiros prestes a entrar em guerra conseguem dar. Então se beijaram, um beijo doce, singelo, mas carregado de promessa, de medo, de amor. Quando se separaram, ainda ficaram com as testas juntas, respirando no mesmo ritmo.
Então voltaram para os grupos, prontos para treinar, prontos para lutar, prontos para morrer um pelo outro se fosse preciso.
***
A tarde passou como um sopro.
A alcateia virou um campo de treinamento unificado, poções eram testadas, lobos treinavam saltos, rosnados, estratégias em grupos, ensinavam a algumas raposas técnicas de luta em grupo, como não morrer se ficassem encurralados cad aum passava conhecimento para os outros.
Ao longe, Ignis e Helena estavam conversando com Cecile, a garota estava com os braços cruzados e um rosto sério enquanto as mães argumentavam.
— Por favor, não precisa ir para um campo de batalha, minha querida — Ignis continuou acariciando o rosto da filha. — Não queremos te perder de novo…
— Vou lutar com vocês, não me peçam para ficar, quero que aquele monstro pague e quero ajudar a fazer isso.
Helena sorriu de leve, a filha era teimosa, e esse traço veio dela.



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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...