As Terras dos Renegados eram um labirinto cinzento de árvores tortas, troncos queimados e pedras negras onde nada crescia. A lua permanecia firme no céu, fria, impassível, iluminando o exército que corria em velocidade devastadora. Eram lobos e raposas de todos os tamanhos, cores e histórias, mas unidos como nunca, e todos guiados por uma única loba prateada.
Lyra ia à frente.
A Luna.
A prateada.
A líder do último ataque.
Ela corria como se o vento fosse parte dela, as patas enormes golpeando o chão duro com precisão absoluta. Seu pelo prateado parecia brilhar com luz própria, contrastando com as sombras densas da floresta morta. Ao seu lado, Petra, Haelena e Ignis corriam em forma lupina; atrás delas, Caleb e Lua acompanhavam o ritmo, seguidos por Bertil e as raposas transformadas em criaturas alaranjadas, rápidas como flechas.
O exército se movia como um rio em fúria.
Horas passaram assim.
A respiração pesada, o solo vibrando sob centenas de patas, o cheiro de montanha, neve e sangue distante. E então, quando o céu começou a clarear com os primeiros tons azulados da madrugada… os grandes muros do castelo de Atlas finalmente surgiram.
Imensos.
Escuros.
Cruéis.
O castelo parecia esculpido na própria montanha, com torres afiadas que cortavam o nevoeiro e muros tão altos que escondiam o próprio sol. Não havia vida ao redor, nem pássaros, nem vento, nem esperança, apenas o cheiro opressor de magia antiga e o rastro de dor que seguia o rei das montanhas.
Lyra diminuiu o ritmo, mas não parou. Seu rugido mental atravessou o exército inteiro.
“Atenção! Estamos quase lá. Mantenham a formação, não quebrem o círculo.”
A formação fechou imediatamente, lobos maiores formando a linha frontal, raposas rápidas posicionadas nos flancos, bruxas no centro, protegidas, montadas nos lobos menores enquanto murmuravam encantamentos de combate.
Lua respondeu na mente da mãe:
“As energias aqui estão… pesadas, mãe. Como se tudo estivesse impregnado com dor…”
Lyra sentiu o coração apertar, mas manteve a voz firme.
“Se concentre. Vamos trazer seu pai de volta, custe o que custar.”
Foi então que uma nova voz surgiu na mente de todos, forte, casual, confiante demais para a situação.
Era Rowan, alfa de uma alcateia grande do sul que havia chegado naquela manhã com seus lobos.
“Lyra, estamos entrando pelo lado norte com minha equipe”, O som mental dele tinha ruído, como se algo perturbasse a conexão. “Vamos infiltrar antes que eles per…”
A voz simplesmente cortou, como se alguém tivesse arrancado a garganta dele numa fração de segundo.
Lyra travou no mesmo instante.
Uma corrente gelada percorreu o exército inteiro.
E então…
Veio o rugido.
Um rugido tão forte que fez a terra tremer, tão profundo que atravessou os ossos. Tão familiar que Lyra sentiu o coração parar por meio segundo.
Ela conhecia aquele som, conhecia melhor do que qualquer outro.
Era River.
O supremo.
O seu.
O amor da vida dela.
A besta que dormia dentro dele… agora totalmente desperta.
Mas havia algo errado, muito errado.


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...