A luz da manhã atravessava as cortinas pesadas do quarto alfa, mas não havia calor algum nela.
Camilla acordou com um gosto metálico na boca e uma sensação sufocante no peito. Seu corpo estava suado, a respiração curta. Quando tentou se sentar, uma dor aguda percorreu o lado esquerdo de seu pescoço, bem onde a marca de Kael ardia, pulsando como se estivesse viva.
Ela levou a mão ao local e sentiu algo quente.
Ao olhar os dedos, viu o sangue.
Mas não era vermelho.
Era negro.
Assustada, correu até o espelho.
O reflexo que a encarou quase a fez cair.
Seu nariz escorria sangue escuro, viscoso. Os cantos dos olhos também estavam manchados, e a marca da mordida… sangrava como se tivesse acabado de ser feita. Ao redor dela, veias escuras se espalhavam pela pele como raízes envenenadas, formando uma teia grotesca.
— O que… o que é isso?! — gritou, cambaleando para trás.
Faziam três dias desde o casamento e, a cada hora que se passava, ela se sentia mais cansada. A marca não estava curando, mas Camilla achou que era normal, achou que o cansaço era apenas isso, cansaço, afinal Kael queria um filho rápido e eles estavam “trabalhando” muito nisso.
Seu grito ecoou pela casa principal da alcateia, e em segundos, passos apressados soaram do lado de fora. Duas lobas abriram a porta bruscamente, entrando no quarto.
— Senhora? Está tudo bem?
— Saiam do meu quarto! — berrou Camilla, a voz rouca. — Saiam! AGORA!
As duas hesitaram, horrorizadas com a aparência da nova Luna, mas se afastaram de imediato ao ver o sangue negro.
— Chamem a anciã! — Camilla gritou mais uma vez. — Chamem aquela velha maldita!
As duas correram sem olhar para trás.
Camilla caiu de joelhos no chão frio do banheiro, ofegante, as mãos sujas de sangue escuro tremendo enquanto segurava a borda da pia.
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