O calor da tarde pesava sobre os ombros quando River levantou a mão, sinalizando que era hora de parar. As árvores ao redor formavam uma espécie de círculo natural, onde a luz do sol filtrava pelas folhas e criava manchas douradas sobre o chão coberto por musgo e grama.
— Vamos descansar aqui — disse ele, olhando para as meninas.
Nora já se sentava encostada em uma pedra, ofegante, enquanto Callie esticava as pernas com um suspiro. Lyra apenas cruzou os braços, analisando o entorno com olhos atentos.
— Você vem comigo — murmurou River, lançando um olhar direto para ela.
— Aonde? — indagou, desconfiada.
— Tem uma clareira ali na frente. Vamos começar o treinamento.
Ela arqueou uma sobrancelha.
— Agora?
— Claro, quando mais cedo melhor.
Ela deu de ombros, mas o seguiu em silêncio. A clareira ficava a poucos metros dali, um espaço aberto cercado por árvores altas. O chão era plano, coberto por folhas secas e terra firme, ideal para o que ele pretendia.
River moveu os ombros como quem tenta relaxar o corpo, os braços fortes e a pele, agora mais dourada já que estavam tomando bastante sol, exposta e brilhando a luz de forma muito bonita. Lyra precisou controlar seus proprios olhos para não encarar demais e, obviamente ele notou, claro que notaria.
— Vai ficar me olhando ou vai me mostrar do que é capaz?
— Eu não sou capaz — retrucou ela, sincera. — Não de lutar, não de bater em você.
— Quem disse que precisa me bater?
— Não é isso que você quer me ensinar?
— Eu quero que você aprenda a confiar no seu corpo, na sua força. Porque você tem, só não acredita nela ainda.
Ela respirou fundo, soltando o ar devagar, seus dedos tremiam levemente, mas ela se obrigou a dar um passo à frente.
— E se eu errar?
— Você vai errar, e vai levantar, de novo e de novo.
Ele se posicionou de forma defensiva, os pés firmes no chão, o corpo relaxado, como se não estivesse levando a sério.
— Eu consegui! — exclamou, surpresa.
Mas a comemoração durou pouco, num impulso, ele agarrou o braço dela e a puxou junto para o chão. Lyra caiu sobre o peito dele, os dois ofegantes, sujos de terra e folhas.
Ficaram assim por alguns segundos. Ela por cima dele, os rostos próximos demais, o silêncio do mundo ao redor preenchido apenas pelas respirações rápidas.
Os olhos de River desceram para a boca dela e, antes que Lyra pensasse em evitar, ele a beijou.
Foi rápido.
Um toque breve, mas cheio de algo que ardia por baixo da pele. Quando se afastaram, Lyra estava com as bochechas vermelhas, o olhar perdido entre o susto e o desejo.
— A gente... — começou ela, mas não conseguiu terminar.
River se sentou, afastando uma folha grudada no cabelo dela com os dedos.
— Vamos continuar o treino.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...