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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 22

O calor da tarde pesava sobre os ombros quando River levantou a mão, sinalizando que era hora de parar. As árvores ao redor formavam uma espécie de círculo natural, onde a luz do sol filtrava pelas folhas e criava manchas douradas sobre o chão coberto por musgo e grama.

— Vamos descansar aqui — disse ele, olhando para as meninas.

Nora já se sentava encostada em uma pedra, ofegante, enquanto Callie esticava as pernas com um suspiro. Lyra apenas cruzou os braços, analisando o entorno com olhos atentos.

— Você vem comigo — murmurou River, lançando um olhar direto para ela.

— Aonde? — indagou, desconfiada.

— Tem uma clareira ali na frente. Vamos começar o treinamento.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Agora?

— Claro, quando mais cedo melhor.

Ela deu de ombros, mas o seguiu em silêncio. A clareira ficava a poucos metros dali, um espaço aberto cercado por árvores altas. O chão era plano, coberto por folhas secas e terra firme, ideal para o que ele pretendia.

River moveu os ombros como quem tenta relaxar o corpo, os braços fortes e a pele, agora mais dourada já que estavam tomando bastante sol, exposta e brilhando a luz de forma muito bonita. Lyra precisou controlar seus proprios olhos para não encarar demais e, obviamente ele notou, claro que notaria.

— Vai ficar me olhando ou vai me mostrar do que é capaz?

— Eu não sou capaz — retrucou ela, sincera. — Não de lutar, não de bater em você.

— Quem disse que precisa me bater?

— Não é isso que você quer me ensinar?

— Eu quero que você aprenda a confiar no seu corpo, na sua força. Porque você tem, só não acredita nela ainda.

Ela respirou fundo, soltando o ar devagar, seus dedos tremiam levemente, mas ela se obrigou a dar um passo à frente.

— E se eu errar?

— Você vai errar, e vai levantar, de novo e de novo.

Ele se posicionou de forma defensiva, os pés firmes no chão, o corpo relaxado, como se não estivesse levando a sério.

— Eu consegui! — exclamou, surpresa.

Mas a comemoração durou pouco, num impulso, ele agarrou o braço dela e a puxou junto para o chão. Lyra caiu sobre o peito dele, os dois ofegantes, sujos de terra e folhas.

Ficaram assim por alguns segundos. Ela por cima dele, os rostos próximos demais, o silêncio do mundo ao redor preenchido apenas pelas respirações rápidas.

Os olhos de River desceram para a boca dela e, antes que Lyra pensasse em evitar, ele a beijou.

Foi rápido.

Um toque breve, mas cheio de algo que ardia por baixo da pele. Quando se afastaram, Lyra estava com as bochechas vermelhas, o olhar perdido entre o susto e o desejo.

— A gente... — começou ela, mas não conseguiu terminar.

River se sentou, afastando uma folha grudada no cabelo dela com os dedos.

— Vamos continuar o treino.

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